Maria da Penha

Piloto acusado de agredir a ex-namorada é preso por descumprir medida protetiva, em Anápolis

Segundo a juíza que decretou a prisão, ele descumpriu a medida protetiva quando tentou se aproximar da vítima por 12 vezes

O piloto Victor Augusto Junqueira do Amaral, de 24 anos, foi preso preventivamente na manhã desta segunda-feira (17), em Anápolis. A determinação da prisão preventiva foi da juíza Liliana Bittencourt. Segundo ela, “o acusado estaria violando a área de proibição de aproximação, mesmo após estar monitorado por tornozeleira eletrônica”, diz a decisão.

A informação da prisão foi confirmada pela Polícia Civil. Segundo o órgão, o rapaz se apresentou espontaneamente ao Grupo de Capturas e Apoio Operacional (CAOP) da 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Anápolis e agora está no complexo prisional da cidade à disposição do Poder Judiciário.

O advogado de defesa dele, Reges Davidson, informou o Mais Goiás que a defesa não foi notificada ou intimidada. “Mas já o apresentamos espontaneamente à justiça e vamos requerer relatório detalhado acerca da aproximação para ver o que de fato ocorreu”. E adiantou que “se houve qualquer violação, pode ter acontecido de forma involuntária, porque podem acontecer cruzamentos de forma involuntária”. E que eles também vão requerer um relatório específico da central de monitoramento.

Victor é filho do ex-prefeito de Anápolis, Eurípedes Junqueira. Ele foi filmado agredindo Luciana Sinzimbra no apartamento dela, em Goiânia, no ano passado. A jovem, que é advogada, teria recebido notificações da aproximação dele em um dispositivo eletrônico que monitora a tornozeleira utilizada pelo piloto.

Sentença

A sentença judicial diz que o pedido de prisão foi feito após constatação de que as medidas protetivas e cautelares teriam sido insuficientes, já que o acusado estaria violando a área de proibição de aproximação mesmo sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. O pedido foi feito com base no relatório de aproximação.

Nesse contexto, o advogado de Victor diz que realizou uma solicitação do relatório mais detalhado. “Para ver o que de fato houve e como foi essa aproximação”, conta Régis Davidson.

O texto da decisão diz ainda que a prisão preventiva é admitida quando o crime envolve violência doméstica e familiar contra a mulher, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência. O que enquadra o caso de Luciana.

No dia 3 de janeiro deste ano novas proibições foram acrescentadas à medida protetiva: a proibição de mudança de residência, saída da cobertura da comarca responsável e a necessidade de comparecimento periódico à polícia para justificar atividades à Victor Junqueira. No dia 26 de fevereiro o rapaz descumpriu a protetiva de manter contato com a vítima e por isso a necessidade de ser monitorado.

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou à justiça que, do dia 1º ao dia 31 de maio, Victor cometeu doze violações de área de exclusão e duas de fim de bateria. Ou seja: em um mês foram 14 violações cometidas pelo rapaz. Por isso, a Justiça assegura que a prisão dele evita a prática de novos delitos.

*Atualizada às 18h24

*Larissa Lopes é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira