Tragédia

Piloto do MH370 estava deprimido e cortou oxigênio de avião, diz revista

Zaharie Ahmad Shah, 53, teria matado ou incapacitado o copiloto Fariq Abdul Hamid, 27; depois, voou sozinho por até seis horas com 238 mortos a bordo

O piloto do Boeing 777 da Malaysia Airlines que desapareceu há cinco anos poderia estar sofrendo de depressão e teria matado os passageiros ao cortar o suprimento de oxigênio, afirmou relato publicado nesta terça-feira (18) pela revista The Atlantic.

Elaborado pelo especialista americano em aviação William Langewiesche, o relato diz ainda que, antes de fazer uma subida drástica de 40 mil pés e despressurizar a cabine, Zaharie Ahmad Shah, 53, teria matado ou incapacitado o copiloto Fariq Abdul Hamid, 27.

Depois, voou sozinho por até seis horas com 238 mortos a bordo. A revista afirma que, nos meses anteriores ao desaparecimento do voo MH370  -que iria de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, na China, em 14 de março de 2014 – o capitão estava frequentemente sozinho e triste. Seu casamento estava em crise, seus filhos estavam crescidos e ele havia se afastado dos amigos.

“Uma despressurização intencional teria sido uma maneira óbvia -e provavelmente a única maneira- de reprimir uma cabine potencialmente indisciplinada em um avião que permaneceria em voo por horas”, disse Langewiesche, que também é piloto.

“Na cabine, o efeito não teria sido notado, não fosse a aparição súbita das máscaras de oxigênio”, diz a reportagem.
“Nenhuma dessas máscaras dura mais do que cerca de 15 minutos de uso durante descidas de emergência para atitudes abaixo de 13 mil pés; elas não teriam tido nenhuma utilidade em voos a 40 mil pés.”

Assim, escreveu Langewiesche, tripulantes e passageiros teriam ficado incapacitados em poucos minutos, perdendo a consciência e então morrendo “gentilmente”, sem ofegar ou sufocar.

Um amigo de Shah citado pela revista afirma que a noção de que o piloto seja responsável pelo desaparecimento do avião não faz sentido. O amigo, que também é piloto, afirma no entanto, que essa é a conclusão necessária.

Em relatório publicado em julho de 2018, o governo da Malásia afirma que os controles da aeronave provavelmente foram manipulados intencionalmente para desviar a aeronave da rota inicial.

Mas afirma que Shah estava mentalmente estável, também isenta o copiloto de responsabilidade e conclui que as razões exatas do que aconteceu não podem ser determinadas enquanto o avião não for encontrado, descartando que os pilotos tenham derrubado o avião de propósito.

Operações de buscas feitas pelos governos da Malásia, da Austrália e da China acabaram de modo inconclusivo em janeiro de 2017. Até hoje, apenas alguns destroços foram achados na costa da África.