Rio de Janeiro

‘Pior dia da minha vida’, diz passageira de ônibus alvejado em tiroteio na Avenida Brasil

Ao menos 13 disparos acertaram o coletivo; 9 pessoas ficaram feridas, ao todo

Tiroteio na Avenida Brasil deixa 9 feridos e atinge veículos

Um tiroteio entre policiais militares e suspeitos, que não respeitaram a ordem de parada, terminou com 9 feridos na Avenida Brasil neste domingo, véspera de Natal. Além de dois carros e uma viatura, um ônibus municipal que passava pela via, uma das principais do Rio, também foi atingido por disparos. Seis passageiros ficaram feridos e, durante a tarde, prestaram depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), que investiga o caso, onde relataram momentos de terror a bordo do coletivo.

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Machucados e ainda assustados com o ocorrido, a maioria não teve condições de conceder entrevista. Uma passageira, atingida de raspão na cabeça, relatou ter vivido momentos de terror.

— Foi o pior dia da minha vida. Nunca imaginei passar por isso na véspera de Natal. A gente sai de casa achando que vai ser um dia normal e é surpreendido com tiros. Graças a Deus estou viva para voltar para casa e ver minha família — desabafou a mulher, que preferiu não se identificar.

O ônibus teria sido alvejado pelos suspeitos, que saíram do Parque União, no Complexo da Maré, na tentativa de despistar os PMs que perseguiam o grupo, que estava a bordo de um Corolla Cross branco.

Estacionado na porta da delegacia, ao menos 13 disparos puderam ser contabilizados no coletivo. Dois deles no para-brisa — um no canto, ao lado da porta dianteira, e outro próximo ao motorista — além do restante cravados pela lateral do ônibus.

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Ao todo, nove feridos

Entre os atingidos estão dois médicos que estavam no mesmo carro: o pediatra Mario Vaz, de 80 anos, e o ortopedista Marilton da Silva Vaz, que são pai e filho. Mario tem quadro de saúde estável. Já Marilton foi atingido na coluna cervical e, segundo os médicos plantonistas do Hospital de Bonsucesso, corre risco de ficar tetraplégico. Ele deve ser transferido ainda neste domingo para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul. O terceiro ocupante do veículo tem 13 anos e é filho de Marilton, mas não foi atingido por nenhum disparo.

Outro ferido pelos disparos é o pastor Fernando Rodrigues da Silva, que estava em outro carro. Ele foi atingido no tórax e deve ser transferido para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. As outras 6 vítimas feridas estavam a bordo de um ônibus: já atendidas, foram liberadas. Nenhum policial foi baleado.

Policiais que participaram da ocorrência informaram que os suspeitos deixaram a comunidade do Parque União, no Complexo da Maré, a bordo de um Corolla Cross de cor branca. Ainda pelas pistas sentido Baixada Fluminense, o grupo recebeu ordem de parada, mas não respeitaram. Para tentar fugir, eles fizeram o retorno na altura da estação do BRT Maré, e acessaram a Avenida Brasil novamente, desta vez no sentido Centro.

Com medo, muitos motoristas tentaram dar meia-volta, ou acessar ruas transversais pela contramão, conforme relatos compartilhados nas redes sociais. Com o local isolado para perícia, quem está na pista lateral — no sentido Centro — precisa desviar pela Avenida Londres, segundo o Centro de Operações Rio. O trânsito é intenso.

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No dia anterior, deputada foi alvo

A PM ressaltou, em nota, que o policiamento estava reforçado na região desde sábado, dia 23, quando a deputada estadual Giselle Monteiro (PL) sofreu uma tentativa de assalto enquanto trafegava pela Avenida Brasil, na altura da comunidade da Vila do João, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.

A parlamentar, que é irmã do ex-vereador Gabriel Monteiro, afirmou nas redes sociais que os criminosos atiraram contra o carro dela durante a abordagem. “Homens fortemente armados jogaram o carro na frente obrigando a parar o veículo, nos cercaram em pé no meio da rua, batendo com as armas para quebrar o vidro, em plena Avenida Brasil, trânsito limpo, altura da Vila do João, entrada para Linha Amarela!!! Coronhadas por submetralhadora nas latarias e janelas e, pelo vidro quebrado, parece ser de tiro”, descreveu Giselle.