Piso da enfermagem pode levar a corte de 23% das equipes de saúde da família, dizem prefeituras
Entidade calcula a demissão de 32,5 mil profissionais de enfermagem
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) informou nesta segunda-feira que a implementação do piso salarial da enfermagem deve levar à perda de 11.849 equipes de Estratégia em Saúde da Família (ESF), o que corresponde a 23% do total no Brasil. A estimativa da entidade, que critica que o piso foi criado sem definição de meios para o pagá-lo, é que 32,5 mil profissionais de enfermagem sejam demitidos caso não haja fonte de custeio.
A entidade calcula que o impacto orçamentário atinja R$ 1,8 milhão só no primeiro ano de implementação só dentro da saúde da família. Essa área conta com 52.193 equipes no Sistema Único de Saúde (SUS). Dentro delas, há 57.373 enfermeiros, 65.777 técnicos de enfermagem e 20.153 auxiliares de enfermagem.
Sem apresentação de fonte de custeio, a CNM diz que a medida pode levar à desassistência de 34,9 milhões de pessoas em todo o Brasil. Municípios devem ter R$ 9,4 bilhões ao ano no orçamento.
— Nenhum cidadão é contra o piso dos enfermeiros, só que não há como suportar esse pagamento. Não há como criar uma despesa a mais se não tem como pagar — afirmou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, em entrevista à imprensa.