Reação

Planalto lança ofensiva para estancar queda de popularidade de Dilma

O Palácio do Planalto começou a organizar uma ofensiva pós-carnaval para tentar estancar a queda…

O Palácio do Planalto começou a organizar uma ofensiva pós-carnaval para tentar estancar a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff. A ordem é reforçar a agenda de viagens de Dilma e lançar uma agenda positiva. Em outra frente, o governo tentará se reaproximar da base aliada para evitar novas derrotas no Congresso.

O Planalto e o PT avaliam que a presidente Dilma Rousseff tem de reagir logo porque não pode esperar as manifestações agendadas para 15 de março que vão pedir o impeachment dela. O governo e o partido temem que o movimento, organizado pela oposição e que já se propala pelas redes sociais, possa tomar corpo caso Dilma não tenha novidades para anunciar à população.

Num primeiro momento, a principal preocupação é o risco de derrubada do veto presidencial ao projeto que reajusta a tabela do Imposto de Renda em 6,5%. Dilma vetou esse porcentual e definiu que o reajuste deve ser de 4,5%, dois pontos porcentuais abaixo da inflação. O governo pretende adiar a votação dos vetos presidenciais. Há ainda a preocupação em convencer o Congresso de que as mudanças nos benefícios trabalhistas, implantadas por meio de medida provisória, devem ser mantidas porque são “imprescindíveis” para preservar os atuais programas sociais.

Reunião

A nova estratégia de comunicação foi acertada em reunião de Dilma, na quarta-feira (18/02) com os seis ministros que integram a coordenação política do governo.

Além das medidas para garantir uma arrecadação maior diretamente no Congresso, Dilma quer reforçar a agenda positiva para reverter o clima de animosidade com o Legislativo e agentes econômicos. A avaliação é que as sucessivas derrotas impostas pelos parlamentares ajudaram a derrubar a avaliação do governo. Há também um pessimismo com a economia, apesar dos esforços e contatos feitos pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa.

Na reunião na Quarta-feira de Cinzas, que durou uma hora e meia, estavam presentes os ministros da Casa Civil, Aloízio Mercadante; da Defesa, Jaques Wagner; das Relações Institucionais, Pepe Vargas; da Secretaria Geral, Miguel Rossetto; da Justiça, José Eduardo Cardozo, e das Comunicações, Ricardo Berzoini.

Dilma quer acertar com seus ministros a condução dos trabalhos no Congresso, a partir da semana que vem, para tentar barrar votações consideradas problemáticas. O ministro Pepe Vargas já agendou reuniões para a próxima terça-feira com os líderes da base da Câmara e do Senado. Acompanharão Pepe os ministros Carlos Gabas, da Previdência, e Manoel Dias, do Trabalho, além de Nelson Barbosa e Rossetto.

Na avaliação de petistas, o Planalto precisa agir rápido para evitar que a fratura na base aliada se aprofunde e a tese do impeachment ganhe força, no rastro do escândalo de corrupção na Petrobras. A cúpula do PT acha que Dilma deveria aproveitar seus discursos, nas viagens que fará, para se explicar à população. O temor é que a tese do impeachment ganhe força até 15 de março, quando estão marcados protestos contra Dilma em todo o país.