PM denuncia ofensas racistas de motorista durante blitz: ‘Macaco’
o motorista disse ao policial que a "raça" dele só fazia "merda"
Um policial militar do Rio de Janeiro denuncia ter sido vítima de racismo por parte de um motorista parado em uma blitz da Lei Seca. O caso, que ocorreu no dia 4 de julho, só foi divulgado pela Secretaria de Estado do Rio de Janeiro hoje junto ao depoimento da vítima, Wagner Carvalho.
A blitz era realizada na Avenida das Américas, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, quando o motorista disse ao policial que a “raça” dele só fazia “merda”. Ao ouvir as palavras, Wagner Carvalho pediu para que ele as repetisse, mas o motorista, Leonardo Fernandes Pontes, se recusou por um momento.
“Ele permaneceu calado e atrás da barraca, me chamou de macaco, filha da… Algemei, ele começou a xingar toda a equipe, agrediu com chutes dois agentes civis e, no trajeto para a delegacia, ele continuou as ofensas”, declarou o policial.
Segundo ele, o motorista afirmou que o policial poderia falar para o delegado que ele o havia chamado de “macaco”. “[Disse que] pelo fato de eu ser preto, eu não tinha direito a ter família”, relatou o PM.
“A gente espera uma agressão física, encontrar alguém armado, uma troca de tiros. Nunca, nunca, nunca passou pela minha cabeça sofrer esse tipo de injúria, de agressão”, disse o policial Wagner Carvalho.
Leonardo Fernandes Pontes foi preso em flagrante e o caso foi registrado como injúria racial na 16ª DP (Barra da Tijuca). Ele passou por audiência de custódia no dia 6 de julho teve a prisão convertida em medida cautelar.
A juíza determinou que Mendes compareça mensalmente na comarca para “informar e justificar suas atividades até o dia 10 de cada mês” até que seja proferida a sentença. Além disso, ele está impedido de se ausentar da comarca em que reside sem autorização judicial por mais de 5 dias corridos.
“A Secretaria de Governo deu todo o apoio ao policial e destaca que orienta seus agentes a registrar, nas unidades da Polícia Civil, todos os casos de racismo ou qualquer outro crime cometido contra os agentes públicos”, completa o posicionamento do órgão.
O UOL busca o contato do motorista e de sua defesa. O texto será atualizado caso haja alguma manifestação.