O PMDB faz hoje (12) convenção nacional em Brasília e deve reconduzir o vice-presidente da República, Michel Temer, à presidência nacional do partido. No total, 454 delegados vão eleger os membros do Diretório Nacional, que, por sua vez, vão escolher a nova Comissão Executiva Nacional.
Principal partido da base aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff, o PMDB chega dividido à convenção entre manter o apoio ao governo ou decidir pelo afastamento. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), anunciou seu rompimento com o governo e é um dos principais defensores do afastamento.
Na véspera da convenção nacional, o vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), defendeu nessa sexta-feira (11), em discurso no plenário do Senado, que o partido adote no encontro uma posição de independência do governo da presidenta Dilma Rousseff, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo.
Já a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, filiada ao PMDB, negou ontem a possibilidade de o partido se afastar do governo. “Só um capitão covarde abandona um navio na hora da tempestade e o PMDB não é um capitão covarde”, disse.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou na terça-feira (8) que espera que seu partido, o PMDB, continue participando do governo, sem desrespeitar as opiniões divergentes internas da legenda. Em relação à convenção, o peemedebista não descartou que seja discutida a saída do partido da base governista. No entanto, Castro defende que o PMDB continue “da maneira como está”.
De acordo com Marcelo Castro, a legenda, tradicionalmente, convive com posições contrárias às acertadas pela maioria. “O PMDB é um partido absolutamente democrático, que convive sempre com correntes adversas, e sempre foi tolerante com essas posições, e evidentemente que vão aparecer propostas, cada um vai fazer de acordo com as suas convicções, mas o que a gente espera é que o PMDB continue da maneira como está. Cada um respeitando o seu posicionamento. Ninguém vai interferir na conduta do outro, vamos nos respeitar mutuamente, como tem ocorrido ao longo do tempo”.