Política

PMDB mantém confiança em Ronaldo Caiado

Alguns nomes do partido, entretanto, disseram que a manutenção da aliança com o DEM ainda será discutida no futuro


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Os últimos acontecimentos envolvendo o senador Ronaldo Caiado (DEM) e o ex-senador Demóstenes Torres (sem partido) movimentaram a cena política não só em Goiás, mas também no Brasil nos últimos dias.

Os dois políticos e antigos aliados tomaram as páginas dos jornais e desencadearam questionamentos sobre a figura de Caiado, que foi acusado por Demóstenes de ter recebido dinheiro de Carlos Cachoeira em eleições passadas, o que rendeu a abertura de um processo na justiça por parte do senador contra Torres na última semana.

E quem ficou de olho na questão é o PMDB. Isso porque Caiado e peemedebistas se aproximaram muito recentemente ao formarem parceria para disputar o governo de Goiás nas eleições do ano passado.

Os dois lados continuam juntos e previam a manutenção da aliança nas próximas eleições, visando, inclusive, a possibilidade real do PMDB apoiar Ronaldo Caiado nas eleições de 2018. O problema é que dúvidas em torno da manutenção dessa aliança surgiram diante dos últimos acontecimentos.

Mas se ainda há alguma dúvida em torno do posicionamento do PMDB, peemedebistas garantem que o fato de Demóstenes Torres ter feito denúncias ao aliado democrata não vai interferir na aliança das duas legendas. Eles garantem ainda que as explicações de Ronaldo Caiado foram suficientes e não deixaram margem para a solicitação de maiores esclarecimentos sobre o fato. Apesar disso, o partido se dividiu sobre a certeza da manutenção da aliança com o DEM para os próximos anos (leia a partir do link abaixo).

Confiança

Com a aliança indo de vento em popa, lideranças peemedebistas na Assembleia parecem não se preocupar com o imbróglio. Para o deputado estadual Bruno Peixoto Ronaldo Caiado não deixa margem para dúvidas em relação ao seu caráter. “Nós temos plena confiança no senador Ronaldo Caiado”, diz.

Acompanhado a posição do colega, o deputado estadual José Nelto pondera que o história de Caiado não deixa margem para acusações e esclareceu que o aliado foi cirúrgico na respostas as acusações. “Ronaldo Caiado foi duro nas respostas. Quem acusa tem que mostrar provas. O PMDB ficou satisfeito com as respostas de Caiado”, discursa.

Ainda na Assembleia Legislativa o deputado estadual Paulo Cezar Martins segue a posição dos colegas, mas faz uma ressalva. “O PMDB não tem de estar satisfeito ou não com as respostas de Caiado”, declara Martins. No entanto, esclareceu que o Caiado é leal aos princípios. “O senador nunca demonstrou ser um homem sujo”, avisa o deputado.

Na Câmara Municipal, lideranças peemedebistas que por lá atuam também acompanham o posicionamento do líder do partido na Assembleia Legislativa, José Nelto. O vereador Mizair Lemes Jr. esclarece que o senador tem plena segurança da sigla. “O senador tem a nossa total confiança”, declara.

Mizair Lemes destacou ainda que Ronaldo Caiado tem história de lisura na política e que pela sua trajetória merece confiança pela linha leal que segue e pelo papel que representa na vida pública. “Conheço o senador não é de hoje, conheço sua história. Eu como pessoa não tenho nada o que falar dele. Nós confiamos”, apoia.

A escassez de provas deixam os peemedebistas ainda mais tranquilos com relação a postura de Caiado. O apoio ganhou ainda mais sustentação depois que o senador interpelou judicialmente o ex-senador Demóstenes Torres na última semana. Até sexta, 10, o ex-senador da República não havia se manifestado sobre a interpelação.

Novos capítulos devem surgir e colocar os dois ex-aliados frente a frente novamente através de ações judiciais. Com a interpelação, Ronaldo Caiado espera que Demóstenes Torres se retrate das denúncias, caso ocorra o contrário, Caiado deve processá-lo por calúnia, injúria e pedir indenização por danos morais.

Cautela

A única cautela apresentada pelos peemedebistas é em relação a saber se haverá um novo embate entre Caiado e Demóstenes. Em relação a isso, os peemedebistas preferem esperar, mas ao mesmo tempo não demonstraram preocupação sobre essa possibilidade, no entanto. José Nelto o partido não pode se posicionar ainda a cerca de hipóteses. “Temos que aguardar”, pondera.

Outro ponto no qual os deputados preferiram não se manifestar foi em relação as acusações de Demóstenes referentes a Marconi Perillo (PSDB). No artigo publicado no final do último mês o ex-senador acusou o PSDB de ter de ter comprado com dinheiro público a CPI do Cachoeira em 2012 que absolveu o governador das acusações.

Para os deputados, o partido deve permanecer com a mesma postura até que seja constada maiores provas a cerca do caso. José Nelto destacou que as denúncias não foram de âmbito estadual. “As denúncias estão mais voltadas ao nível federal. Tudo tem o momento certo”, pondera.

O deputado Paulo Cezar Martins também mantém a mesma postura e aguarda prova. Para ele, acusações sem provas não são válidas e que a sustentação deve ser baseada em fatos concretos. “Tem que ver se tem veracidade. Não adianta nada ficar acusando as pessoas. Tem que ter provas”, esclarece. O governador, por sua vez, também disse que a CPI do Cachoeira era caso encerrado.

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