PMDB pede intervenção em linha editorial de jornal
Os partidos querem que o jornal ofereça o mesmo espaço para as siglas que disputam o governo
Após a polêmica frase de Ronaldo Caiado (DEM) a respeito da quebra de placas do Governo Estadual, a coligação “Amor por Goiás” pode ter levantado a bola para outra: a coligação encabeçada pelo PMDB e DEM entrou com ação contra o Diário da Manhã tentando influir na linha editorial do impresso.
Os partidos querem que o jornal ofereça o mesmo espaço para as siglas que disputam o governo. Assim, PSol, PCB, PSDB e aliados e PMDB e aliados deveriam ter uma distribuição isonômica de centímetros e conteúdos nas páginas.
A ação foi protocolada pelo advogado Roberto Vilela Rosemberg Prado e acusa o jornal de “uso indevido de meio de comunicação”.
A ação está na mesa do juiz Fernando de Castro Mesquita para julgamento do pedido liminar, que exige urgência.
Os editores do impresso se dizem surpresos, pois nesta quarta-feira (23/07), Iris Rezende e Ronaldo Caiado tem entrevistas de uma página no jornal, além de chamadas de destaque na capa. No dia anterior, eles visitaram o jornalista Batista Custódio, editor-geral, a quem sempre se dirigem como “democrático”.
Um dos advogados da empresa disse ao MAIS GOIÁS que aguarda ansiosamente a citação do Tribunal, pois em 2010 o jornal foi acionado sob o mesmo argumento e a manchete de dias depois foi “Cai censura ao DM”.
Dentre os argumentos do PMDB, o principal é de que o jornal oferece mais espaço para a cobertura do governo e governador.
JURISPRUDÊNCIA
Julgados sobre o mesmo tema indicam que a imprensa e internet não se regulam sob a mesma argumentação das concessões públicas como rádio e TV de que o tempo deve ser igual
Batista Custódio, editor do jornal, afirma que “existe equilíbrio de cobertura, tanto é que foram veiculadas várias notícias e entrevistas do PMDB”.
A defesa argumenta que nem mesmo a propaganda eleitoral, que é pública, consegue ser isonômica: existem candidatos com 15 minutos de propaganda eleitoral e outros com 15 segundos. Assim, nem o Estado, que age sob o manto de que todos são iguais, garante igualdade aos candidatos.