PMs são indiciados em caso de jovem achado morto após ser colocado em viatura, em Goiânia
Todos foram indiciados por homicídio doloso qualificado, fraude processual e falsidade ideológica
A Polícia Civil indiciou os quatro policiais militares que abordaram Henrique Alves Nogueira, em Goiânia. O jovem foi encontrado morto horas após ser colocado contra vontade em uma viatura do Tático do 7º Batalhão da Polícia Militar, em 11 de agosto deste ano. O inquérito foi concluído no dia 7 de outubro.
Os policiais são: o sargento Cleber Leandro Cardoso, o cabo Guidion Ananias Galdino e os soldados Kilber Pedro Morais e Mayk Da Silva Moura. Todos foram indiciados por homicídio doloso qualificado, fraude processual e falsidade ideológica. O portal não localizou a defesa dos militares para se manifestar sobre o indiciamento.
Vale mencionar que os quatro têm histórico de envolvimento com outras mortes em Goiás.
Na versão dos PMs, eles tentaram abordar uma moto com dois homens suspeitos, no Parque Real Conquista, por volta das 20 horas. Porém, durante ação, o piloto fugiu e o garupa caiu, já entrando em confronto com a equipe. Para se defenderem, os policiais teriam alvejado o suspeito. Na sequência, os PMs apresentaram à Polícia Civil uma mochila cheia de drogas que seria do garupa.
Até então, a vítima estava desaparecida para a família. Mas quando os policiais identificaram o morto como sendo Henrique, os parentes foram avisados. A partir daí, familiares desconfiaram e pediram investigação da morte.
Jovem achado morto após ser colocado em viatura
Entretanto, durante as investigações do ocorrido, a Delegacia de Homicídios teve acesso a imagens de câmeras de segurança, que mostraram que a vítima tinha sido abordada por volta 8h da manhã, no bairro Jardim Europa.
Conforme a filmagem, Henrique não carregava mochila no momento da abordagem. Ele foi colocado contra a vontade dentro da viatura e, depois disso, nunca mais foi visto com vida.
O delegado André Veloso, que investigou o caso, disse que um laudo sobre a mochila e as drogas ainda não ficou pronto. Mas que um laudo de local de crime apontou várias inconsistências quanto a dinâmica do fato. Quanto a motivação do crime, o investigador afirma que não existe um motivo bem esclarecido.
“Uma testemunha falou que ouviu do próprio Henrique, que ele estaria sendo ameaçado por policiais do Tático porque em determinada abordagem que ocorrera 60 dias antes do fato, ele tinha fugido levando consigo algemas que pertenciam aos militares. Foi essa a versão mais plausível”, explicou.
PMs com histórico de mortes
De acordo com o sistema de busca do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), os quatro policiais militares indiciados estão envolvidos em outros casos de homicídios em Goiás. São, ao menos, oito processos por homicídio em que os nomes dos policiais estão envolvidos, que seguem em andamento.
O sargento Cleber Leandro Cardoso, aparece em dois processos por homicídio e um por lesão leve; o soldado Kilber Pedro Morais, aparece em um processo por homicídio, dois por lesão leve e um por fato atípico; o soldado Mayk Da Silva Moura, aparece em dois processos por homicídio; o cabo Guidion Ananias Galdin, aparece em cinco processos por homicídio, um por lesão leve e outro por ameaça.
Guidion, Kilber e Mayk estão envolvidos na morte de uma mesma pessoa, identificada com as iniciais KGBA. Já Guidion e Mayk, estão envolvidos em um outro processo pela morte de outra pessoa, identificada com as iniciais RAR.