Podemos segue independente, mas é contra impeachment de Bolsonaro
Partido entende que uma abertura poderia abrir uma nova crise política em meio a pandemia da Covid
Diferente do PSDB, o Podemos emitiu nota após os discursos de Bolsonaro em 7 de setembro se colocando como sigla independente no Congresso – e não oposição. “O Podemos descarta aderir ao movimento de impeachment” de Bolsonaro.
Ainda sobre o impeachment, o Podemos entende que uma abertura poderia abrir uma nova crise política em meio a pandemia da Covid, desemprego e crise econômico. Isso “só agravaria o sofrimento das camadas mais vulneráveis, que já vivem em situação de extrema dificuldade”.
“O Podemos seguirá reforçando sua posição de partido independente e de defesa do Brasil, votando no Congresso a favor e contra o Governo, sempre que entender necessário, mantendo-se fiel às suas bandeiras, como o combate à corrupção e o fim do foro privilegiado, e vigilante pela preservação das instituições democráticas, rejeitando toda e qualquer bravata autoritária em todos os poderes.”
Ainda segundo a nota, a ideia da sigla é ser um projeto de terceira via, com nome próprio na disputa presencial, “mas também participa do movimento de convergência do centro político, que poderá resultar em um nome de consenso para representar a maioria da sociedade brasileira, ainda indecisa”.
Confira a nota na íntegra do Podemos:
“As bancadas do Podemos na Câmara e Senado, em reunião na manhã desta quarta-feira (8), avaliaram os últimos acontecimentos, e decidiram:
O Podemos seguirá reforçando sua posição de partido independente e de defesa do Brasil, votando no Congresso a favor e contra o Governo, sempre que entender necessário, mantendo-se fiel às suas bandeiras, como o combate à corrupção e o fim do foro privilegiado, e vigilante pela preservação das instituições democráticas, rejeitando toda e qualquer bravata autoritária em todos os poderes;
Essa posição de independência do Podemos inclui um projeto de terceira via para o País, em que o partido tem seus próprios nomes para a disputa presidencial de 2022. Mas também participa do movimento de convergência do centro político, que poderá resultar em um nome de consenso para representar a maioria da sociedade brasileira, ainda indecisa;
Por fim, o Podemos descarta aderir ao movimento de impeachment do Presidente Jair Bolsonaro, por entender que a abertura de uma nova crise política, em meio à pandemia do coronavírus, desemprego e crise econômica, só agravaria o sofrimento das camadas mais vulneráveis, que já vivem em situação de extrema dificuldade.
Portanto, o Podemos trabalha para solucionar os problemas da vida real do brasileiro e pacificar o País, e entende que disputas políticas devem ser resolvidas por meio das urnas, nas eleições de 2022.”
PSDB na oposição
Na quarta-feira (9), o PSDB decidiu se colocar oficialmente como oposição ao presidente Bolsonaro (sem partido) e debater o impeachment do mandatário. A posicionamento foi tomado em reunião da Executiva Nacional em Brasília. A informação foi confirmada no Twitter.
“O PSDB repudia as atitudes antidemocráticas e irresponsáveis adotadas pelo presidente da República em manifestações pelo Dia da Independência. Ao mesmo tempo, conclama as forças de centro para que se unam numa postura de oposição a este projeto autoritário de poder”, escreveu o perfil oficial.
O entendimento veio após os discursos inflamados de Bolsonaro no 7 de setembro. Antes disso, a sigla se declarava independente.
Discursos de Bolsonaro no 7 de setembro
Na Esplanada, em Brasília, na terça (7), o mandatário repetiu que “não devemos aceitar nada fora das 4 linhas da Constituição”. E acrescentou: “Não aceitaremos mais prisões políticas. Cada chefe de poder que enquadre o seu ou tomaremos uma atitude. Juramos respeitar a CF. Quem age fora dela ou se enquadra ou pede pra sair. Uma nova história começa a ser escrita no Brasil.”
Em nova ameaça ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele pediu ao ministro Luiz Fux para enquadrar Alexandre de Moraes: “Quem age fora da constituição, ou se enquadra ou pede pra sair!”