Violência infantil

Polícia analisa imagens de mulher agredindo criança de 7 anos no RJ

A mãe da criança disse que se sentiu impotente diante da situação por não ter conseguido ajudar o filho

A Polícia Civil investiga a agressão de uma mulher contra uma criança de 7 anos no playground de um condomínio em Del Castilho, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ainda segundo as investigações, a mãe da criança disse ainda em depoimento que a mulher ainda teria permitido que seu filho batesse no menino.

Em imagens da câmera de segurança do local, é possível ver que Gabriela Laia dá um tapa na cabeça do menino e, depois, ainda observa as demais agressões contra a criança sem interferir. O caso aconteceu na noite do último domingo (22).

O UOL conversou com a mãe da vítima. Amanda Pinheiro, 38 anos, disse que estava no apartamento quando outros moradores começaram a gritar e a avisaram sobre o que estava acontecendo.

“Eu estava em casa e eu recebi uma ligação dizendo que meu filho estava sendo agredido e quando eu desci, meu filho estava chorando em um canto. A agressora veio até mim, segurou na mão do meu filho, segurou na mão do filho dela e fez eles se abraçarem para um pedir desculpas ao outro. Nisso, os moradores ficavam dizendo que aquilo era mentira, que ela tinha agredido meu filho, eu perguntei para ele, mas eu senti que ele estava com medo e balançou a cabeça dizendo ‘não’. Eu chamei uma amiga minha, que me avisou do ocorrido, e assim que ela chegou e disse que a Gabriela tinha agredido meu filho, a mãe da agressora bateu na minha amiga. Foi uma confusão”, disse a bancária.

“Eu peguei o meu filho e fui direto para a administração do condomínio para ter acesso às imagens. E aí eu vi que ela fez essa covardia com meu filho. Ela deu uma pancada na cabeça do meu filho, coagiu ele, xingou ele várias vezes, apontou o dedo na cara dele e ainda fez o filho dela bater nele. E ela só ficou olhando”, acrescentou Amanda.

De acordo com a mãe do menino, logo após o ocorrido ela foi até a 23ª DP (Méier) e registrou um Boletim de Ocorrência. Depois, levou a criança para o Instituto Médico Legal para realizar exame de corpo de delito.

Menino tem medo de brincar

A mãe da criança disse que se sentiu impotente diante da situação por não ter conseguido ajudar o filho no momento do acontecimento. De acordo com Amanda Pinheiro, a criança, que antes brincava a todo momento no playground, não consegue mais sair de casa.

“Meu filho está assustado, com medo de descer, de frequentar os locais. Ele sempre brincou no play, ele sempre gostou muito de brincar. Depois de tudo, ele contou para mim que ele e o amigo brigaram de empurrar um ao outro, só que a criança subiu [para casa] com o pai, que é policial civil. Ela inclusive se prevalece muito disso, dizendo que o marido é policial. E aí ela [agressora] disse que meu filho tinha espancado o filho dela. Todos os moradores estão revoltados e fizeram uma manifestação aqui no condomínio. Ela é uma pessoa detestada aqui, eu cheguei a achar que as pessoas pudessem estar botando pilha para eu brigar com ela, mas não. Ela foi covarde”, finalizou Amanda.

Ainda de acordo com a mãe da criança, o caso foi parar na Justiça e uma audiência foi marcada para fevereiro. Amanda afirmou ainda que entrou com um processo contra a mulher por danos morais e agressão.

Envolvidos no caso prestam depoimento

Procurado pelo UOL, o delegado Deoclecio de Assis, que acompanha o caso, disse que “as investigações procedem com os depoimentos dos envolvidos e testemunhas. As imagens estão sendo analisadas e aguarda a chegada dos laudos de exame de corpo de delito”.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, o ocorrido, em tese, configura os crimes de injúria e lesão corporal leve.

O UOL entrou em contato com a acusada, mas ainda não teve retorno.