Polícia Civil apreendeu mais de 10 mil quilos de drogas em Goiás em 2016
Para o titular da Denarc, uma alteração deste cenário reclama maior empenho do governo federal no ingresso da droga no Brasil
Goiás ainda continua na rota do tráfico, pois o Estado está nas principais rotas da malha viária entre os principais países produtores (Paraguai e Bolívia) e as regiões Norte, Nordeste e Sudeste do País. Para o delegado Vinícius Teles, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), uma alteração deste cenário reclama maior empenho do governo federal no ingresso da droga no Brasil, ou seja, o recrudescimento nas fronteiras.
No ano passado, somente a Denarc apreendeu 10.252,297 kg de drogas, contra 7.450,45, em 2015. No ano passado, no âmbito da Polícia Civil, a Operação Tiradentes foi a que mais apreendeu drogas (três toneladas de maconha e 680 kg de insumos destinados à manipulação de cocaína, duas camionetes roubadas e uma arma de fogo de calibre restrito, no dia 25 de abril, no município de Campestre e prisão de cinco investigados). Segundo o delegado, a droga mais apreendida é a maconha, e Goiânia e Região Metropolitana são as áreas mais problemáticas.
Este aumento do número de apreensão, segundo o delegado, se deve primordialmente à crescente e constante apuração da expertise dos policiais, podendo-se citar os diversos cursos ministrados pela Escola Superior da Polícia Civil. Ele também considera a gestão da Secretaria de Segurança Pública e, em especial, no âmbito da Polícia Civil, o fomento às operações em 2016. O delegado conta ainda que a estruturação da Gerência de Planejamento Operacional conferiu suporte logístico para esse resultado, pois segundo ele, a gerência passou a exigir a deflagração de operações e concedeu todo suporte, além de passar a monitorar os resultados em todas as unidades da Polícia Civil, instituindo um sistema de verdadeiro fomento e fiscalização à produtividade das Delegacias.
Um dos maiores focos da Denarc, em 2016, foram as investigações das organizações criminosas, reprimindo-se o tráfico de drogas no ápice da pirâmide criminosa, o que, por consequência, gera grandes apreensões e prisões de toda a cadeia do tráfico (do financiador ao distribuidor final). Nesse contexto, o delegado argumenta que a Polícia Civil teve reforçado os seus recursos tecnológicos com a recente inauguração do Laboratório de Lavagem de Capitais.
Como é feita a apreensão
Vinícius Teles explica que normalmente, as apreensões a partir de denúncias restringem-se praticamente ao pequeno tráfico, distribuição ao usuário. Já as apreensões e prisões de relevo acontecem após profunda investigação que converge em operações. As atuações, normalmente são feitas em parcerias com as forças policiais do estado, das unidades da federação e Polícia Federal. São constantes as tratativas com a Polícia Técnico-Científica, responsável pelas perícias, primordialmente em relação ao encontro de novas drogas e a troca de informações entre agentes de polícia e peritos.
Em 2016, o laboratório químico do Instituto de Criminalística recebeu novos peritos, o que permitiu a realização de perícias externas, em especial quando do encontro de laboratórios de refino de cocaína, tornando os trabalhos periciais mais céleres e fidedignos, explica o delegado. Na mesma medida, são constantes as operações integradas com a Superintendência de Administração Penitenciária, que apoiam nos casos de investigados presos no sistema penitenciário, tanto em repasse de informações quanto em buscas em celas e recambiamentos de presos.
A partir do Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual houve a criação do Subcomitê Temático de Repressão ao Tráfico de Drogas, cujo o delegado de Polícia titular da Denarc/GO é o coordenador. Após encontros com representantes das forças policiais de todos os Estados integrantes do Pacto, estabeleceram-se métodos de integração entre as forças policiais, o que já gerou resultados significativos na repressão ao tráfico, como na Operação Ancião, deflagrada pela Denarc GO com apoio das Denarc’s de Rondônia e Pará.
Desarticulação de uma associação interestadual dedicada ao transporte, manipulação, refino e distribuição de cocaína. Estouro de um laboratório com mais de trinta e cinco quilos de cocaína, dentre eles 20 de “escama de peixe”, 150 kg de insumos, prensas (uma delas com capacidade de 60 toneladas, a maior já apreendida), balanças, formas etc. Três homens e uma mulher presa. Data: 15/12/2016. Local: Goiânia, Hidrolândia e Abadia de Goiás; e Operação Horus, deflagrada pela Denarc TO com apoio das Denarc’s GO, BA e SE.