Polícia descarta suicídio e prende homem suspeito de matar companheira em Aparecida (GO)
Acusado deve passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (25)
Após uma reviravolta nas investigações, a Polícia Civil prendeu, na quarta-feira (23), um homem suspeito de matar a companheira após ela descobrir uma traição. O fato teria acontecido na noite de 23 de setembro deste ano, no Parque Hayala, em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital. O caso foi tratado inicialmente como um possível suicídio. O acusado foi detido em Minaçu ( Norte de Goiás) e deve passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (25).
O indiciado Pedro Henrique Borges, de 26 anos, disse que, no dia do fato, ligou para o Corpo de Bombeiros depois de chegar em casa e se deparar com sua mulher, a eletroctécnica e estudante de administração, Sarah Nunes Pereira, de 23 anos, pendurada pelo pescoço no alpendre da residência. Ele disse ainda que teria tentado salvá-la, mas que já era tarde demais.
A motivação teria sido a descoberta de um caso extraconjugal. Sarah teria descoberto a identidade da amante do marido e mantido contato com ela durante um tempo, sem que ele soubesse. O casal chegou a terminar o relacionamento de cerca de 4 anos, mas reataram. No entanto, Pedro teria continuado com a amante.
No dia do fato, a mulher teria chegado em casa e flagrado o marido conversando com a amante e teve início uma discussão. A suspeita é de que ele tenha matado a mulher asfixiada durante a briga.
Em primeiro depoimento, no início de outubro, Pedro disse que no dia do ocorrido havia deixado a filha do casal, de três anos, na casa da avó paterna e, depois de buscar Sarah na faculdade, os dois foram até lá para jantar. A criança teria pedido para ficar com a avó.
Pedro e Sarah voltaram para a casa e ele disse que saiu de carro para comprar um refrigerante e voltou pouco tempo depois. Ele afirmou, então, ter achado estranho o fato da mulher não ter aberto o portão quando voltou e buzinou, e ao descer e entrar em casa, a achou pendurada.
No entanto, a polícia teve acesso as imagens de câmeras de segurança e os vídeos não identificaram o veículo de Pedro passando nas ruas no horário descrito por ele. As gravações mostraram o momento em que ele chega à casa e só sai uma hora depois, sem camisa e posicionando o carro na garagem, gritando por socorro.
Ao Mais Goiás, o advogado criminalista Rodrigo Faustino, que atua na defesa do acusado, declarou que a prisão “foi totalmente arbitrária e não tem nenhuma fundamentação, considerada até mesmo ilegal. Ele tem residência fixa, sempre colaborou com as investigações e sua inocência será provada no decorrer do processo”, afirmou.
Os irmãos de Sarah, Pedro Henrique Nunes Pereira e Gustavo Nunes Pereira cobram por Justiça no caso. “Esperamos que ele fique preso e pague na cadeia”, afirmaram à reportagem.
Reviravolta
As investigações estão a cargo do 3º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia, que tratava o caso como suicídio. Porém, as contradições encontradas nos depoimentos de Pedro e a conclusão de um laudo pericial de local de crime, que foi emitido na última semana provocaram uma reviravolta.
Segundo reportagem do O Popular, o laudo aponta que a escoriação encontrada no pescoço de Sarah, causada pela morte por asfixia, não havia sido feita pela cinta, mas por um objeto mais fino.
Ainda conforme reportagem, a perícia apontou, que a camada de poeira dos móveis ao redor do local onde ela foi encontrada, estava intacta, sem marca de mãos, o que indica que a mulher não buscou nenhum apoio para atar a cinta ao pescoço e se dependurar.
Audiência de custódia
Pedro Henrique foi preso temporariamente nesta quarta-feira (23), em Minaçu, suspeito de ter cometido o crime. Segundo o advogado de defesa, Pedro estava no município na casa de alguns parentes após ter perdido o emprego.
Pedro Henrique foi encaminhado para a Central de Flagrantes de Aparecida de Goiânia e, nesta sexta-feira (25), ele deve passar por uma audiência de custódia, às 13h, no Fórum Criminal.