Polícia faz retrato falado de homem acusado de estupro por estudante no Sambódromo
No local da abordagem do criminoso, próximo ao recuo da bateria, não foram localizadas câmeras de segurança que poderiam ter flagrado a jovem sendo enforcada e tendo as partes íntimas tocadas
Policiais da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) do Centro do Rio fazem um retrato falado do homem acusado de ter estuprado uma estudante de 25 anos, durante os desfiles das escolas de samba campeãs do Grupo Especial, na madrugada de domingo, dia 1º, no Sambódromo. De acordo com as investigações, o local que a jovem relatou ter sido enforcada e tido as partes íntimas tocadas é um ponto cego próximo ao recuo da bateria da Marquês de Sapucaí, não tendo câmeras de segurança que possam ter flagrado o crime. O inquérito segue sob sigilo.
Segundo Ingrid Munk, o homem a agarrou pelo braço e a levou para um espaço mais restrito, onde a pressionou contra uma grade e apertou seu pescoço, enquanto passava as mãos em suas partes íntimas. Traumatizada, a estudante não acionou policiais nem seguranças e só registrou o caso na Deam na última terça-feira, dia 3. Um exame de corpo de delito feito no Instituto Médico-Legal (IML) atesta lesões no corpo da vítima.
— Quando eu falo isso é com muita tristeza, mas essa não é a primeira vez que passo por uma situação de assédio ou algo parecido. Infelizmente, hoje em dia, muitas mulheres têm cada vez mais relatos desse tipo para fazer. Quando o caso começou a repercutir, muita gente me perguntou o que eu estava fazendo no Sambódromo sozinha, perguntaram como eu estava vestida… Como se esse tipo de coisa fosse fator relevante para o que aconteceu. Eu ganhei o ingresso de um amigo que estava a trabalho na Sapucaí e que, por isso, não podia ficar assistindo os desfiles comigo. Nunca imaginei que algo assim fosse acontecer ali, justamente pela festa que é e pelo espetáculo conhecido no país todo. Me sentia segura — relatou Ingrid Munk, em entrevista ao jornal O Globo.
Em nota, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) informou que repudia qualquer tipo de agressão ou assédio e que, no dia da agressão, não foi procurada. Afirmou ainda que a equipe de segurança contratada para atuar nos dias de desfile foi estrategicamente alocada na Sapucaí, conta com câmeras de monitoramento e está atuando para esclarecer o caso e à disposição das autoridades para contribuir com as investigações.
Já a Riotur disse que lamenta o ocorrido e se colocou à disposição da vítima. A pasta informou também que buscará saber se há imagens do ocorrido registradas pelo sistema de monitoramento de vídeo nas dependências da Sapucaí e acompanhará o caso com a Polícia Civil.