Inquérito

Polícia indicia 12 detentos pela morte do suposto assassino de Deise Faria

  A Polícia Civil indiciou 12 pessoas pela morte do engenheiro agrônomo Antônio David dos…

 

A Polícia Civil indiciou 12 pessoas pela morte do engenheiro agrônomo Antônio David dos Santos Filho, de 40 anos, ocorrida em um presídio em Aparecida de Goiânia. Antônio era suspeito do suposto assassinato da auxiliar de enfermagem Deise Faria Ferreira, de 41, desaparecida desde julho do ano passado. O inquérito do caso foi apresentado na manhã desta terça-feira (7/6) pelo delegado Anderson Pimentel, titular da Relegacia Regional de Aparecida de Goiânia.

Antônio estava preso na Central de Triagem do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde o dia 26 de janeiro por suspeita de envolvimento na morte de Deise. A auxiliar de enfermagem desapareceu em 11 de julho de 2015 após participar de um ritual do Daime em uma chácara em Goiânia.

Após um longo processo de buscas e investigações, Antônio se tornou o principal suspeito do crime devido a incongruências entre seu depoimento e as versões que apresentava à família da vítima. Além dele, o líder do Instituto Céu do Patriarca e Matriarca em Goiânia, Cláudio Pereira Leite, responsável pelo ritual do Daime, também foi preso.

Tortura

A morte de Antônio foi constatada no dia 10 de março. Ele foi encontrado em sua cela com sinais de espancamento e completamente imobilizado.

De acordo com Anderson, o resultado das investigações revelou que a morte de Antônio, que estava encarcerado na cela 4, ocorreu a mando de um suposto líder da área B do presídio, que era mantido na cela 3. “Ele encaminhou bilhetes aos líderes da cela ao lado para que incitassem os demais a torturarem e agredirem a vítima para dscobrir a motivação da morte da Deise e o paradeiro do corpo”, conta o delegado. Segundo ele, os criminosos agiram com a motivação de poder proporcionar a Deise um enterro digno e, assim, tranquilizar os familiares.

Na cela onde estava Antônio havia outros 25 presidiários. Destes, 12 participaram da sessão de espancamento.

Eles teriam utilizado lençóis para amarrar os punhos e tornozelos de Antônio e abafar os gritos da vítima. Em seguida, teriam iniciado a sessão de socos, chutes, pontapés e enforcamentos. “Como Antônio negava a autoria do assassinato e dizia não saber onde estava o corpo, os autores ficaram com raiva, o que acabou resultando em sua morte”, diz Pimentel.

Pelo crime, os 12 reeducandos serão responsabilizados pelo assassinato por meio cruel e com o agravante de impossibilidade de fuga ou defesa da vítima. O inquérito será remetido ao Ministério Público de Goiás (MPGO) para que seja aberto o processo contra os autores.