Polícia indicia professora por maus-tratos contra alunos no Rio Grande do Sul
A Polícia Civil concluiu a investigação sobre suspeitas de maus-tratos de uma professora contra alunos do jardim…
A Polícia Civil concluiu a investigação sobre suspeitas de maus-tratos de uma professora contra alunos do jardim de infância, com idades entre 4 e 5 anos, no bairro Rio Branco Canoas, no Rio Grande do Sul. A docente foi demitida da escola por justa causa e foi indiciada por maus-tratos.
Segundo o delegado Pablo Rocha, que assumiu o caso, os áudios “são prova cabal de maus-tratos”. Em depoimento, Elisangela de Souza Saldanha reconheceu sua voz nos áudios divulgados, admitiu ter agido errado. Ela disse ainda que não tinha noção da gravidade das coisas que falava.
“Desconhecer o poder das palavras mostra inaptidão para a função de professor”, disse o delgado ao site gaúcho Zero Hora.
Rocha destacou ainda que crianças não tinham capacidade para interpretar figuras de linguagem e, por isso, entendiam como ameaças concretas as falas da professora. A investigação policial também não encontrou indícios de agressões físicas.
Declarações chamaram a atenção de autoridades
“A próxima vez que tu botar a mão em alguma coisa que for minha, vou te cortar a mão fora. Eu te juro. Toma água aqui. Agora. Não devia nem te dar água, deixar tua boca apimentada até não querer mais”, diz a então professora num trecho da gravação.
Em dado momento, ela reclama de uma criança ter cuspido no recipiente em que bebia algo e diz que o faria engolir todo o conteúdo mesmo assim.
“Não mandei ele botar as mãos na minha massa. Sabe o que ele fez? Ele tomou um gole e cuspiu dentro. Vai tomar, vou fazer tomar tudo até a última gota e sentado no sol ainda”, disse.
Em outra situação, a ex-funcionária se refere a alguém como “nega nojenta”: “Eu vou mandar ela vim buscar. Eu tenho nojo daquela nega nojenta”, afirma no áudio. “Eu tenho nojo dela, ela é debochada, nojenta, asquerosa, ela fica te olhando, te tirando. Vou fazer ela vim buscar a máscara dela”.
Em relação à suspeita de injúria racial, não houve indiciamento. O delegado explicou que não foi localizada vítima da suposta injúria: “Não se verifica o dolo, qual seja a vontade livre e consciente de injuriar, de ofender alguém de modo direto, mas sim uma conversa de conteúdo infeliz e reprovável entre duas educadoras”, concluiu o delegado.