Polícia prende 10 suspeitos de aplicar golpes para receber indenizações da Vale
Moradores de Brumadinho têm direito a indenização emergencial por causa da tragédia. Grupo que aplicava golpe não morava na cidade
A Polícia Civil (PC) de Minas Gerais prendeu dez pessoas suspeitas de aplicar golpe para receber indenizações da Vale pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, Belo Horizonte. Três foram detidas na última quinta-feira (8). As outras sete no dia 4.
A fraude ocorria com a falsificação de documentos. Por acordo com o Ministério Público, moradores de Brumadinho têm direito a indenização emergencial por causa da tragédia. Parte do grupo, no entanto, não morava na cidade.
Na fraude, um dos presos falsificava e vendia declarações com carimbo e assinatura de uma enfermeira de posto de saúde da cidade, fazendo com que se acreditasse que os moradores de Sarzedo envolvidos na fraude residiam em Brumadinho.
A PC foi acionada depois de a Vale constatar que o grupo estava utilizando o mesmo endereço para reivindicar o pagamento das indenizações. Do grupo preso, um era o fornecedor dos documentos falsos e oito eram moradores de Sarzedo. Parte era de uma mesma família. Foi detida ainda uma moradora de Brumadinho que fornecia o endereço para ser utilizado no esquema.
A Polícia apurou que os beneficiários do esquema pagaram entre R$ 500 e R$ 700 por declaração falsa. O montante em indenizações já recebido, por pessoa, segundo as investigações, oscila entre R$ 5 mil e R$ 12 mil. O valor varia porque parte das pessoas tem filhos. As indenizações são pagas com base no número e idade dos integrantes da família.
Parte do grupo vai responder por formação de quadrilha. Todos responderão por estelionato. A moradora da casa será implicada ainda por falsidade ideológica. “O crime de estelionato prescreve com 12 anos. Vamos apurar tudo antes disso e, enquanto a pessoa estiver fazendo uso desse benefício, está sujeita a uma prisão em flagrante”, afirma a delegada de Brumadinho, Ana Paula Gontijo.
Segundo a delegada, o conselho é que participantes da fraude cancelem os benefícios para evitar prisão em flagrante. “E, se devolver o dinheiro, pode ter redução da pena por estelionato, que é de até cinco anos de prisão”, afirmou Ana Paula.