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Polícia vai pedir arquivamento de inquérito sobre ataque a Ana Hickmann

O pedido de arquivamento será feito na segunda-feira, 20. Antes de decisão da Justiça, é preciso parecer do Ministério Público.

A Polícia Civil de Minas Gerais vai pedir à justiça o arquivamento do inquérito sobre a tentativa de assassinato da apresentadora Ana Hickmann por um fã em hotel da zona sul de Belo Horizonte no dia 21 no mês passado. Segundo o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, o empresário e cunhado da apresentadora, Gustavo Henrique Bello, agiu em legítima defesa ao matar o morador de Juiz de Fora Rodrigo Augusto de Pádua, 30, que, armado, invadiu o quarto em que Hickmann estava hospedada para matá-la.

Ao contrário do informado inicialmente pela polícia, Gustavo matou Rodrigo com três tiros na nuca, e não dois. O pedido de arquivamento será feito na segunda-feira, 20. Antes de decisão da Justiça, é preciso parecer do Ministério Público.

As investigações apontaram que Rodrigo tinha em um pen drive e em seu telefone celular, 10.480 fotos, a maioria, da apresentadora. Havia ainda muitos textos de conteúdo “sexual ou amoroso”, segundo o delegado. “Ficou comprovado ainda que em nenhum momento houve retorno por parte de Hickmann de mensagens enviadas por Rodrigo via redes sociais”, disse Grossi.

Ainda segundo as investigações, Rodrigo, no dia 20 de maio, fez pesquisa nas ferramentas de buscas Google e Yahoo com a frase “hotel Caesar Business (onde a apresentadora se hospedou) detector de metais”. Pesquisou ainda tipos de munição para revólver calibre 38, usado na invasão, e “calibre 22 mata ou não”. A munição utilizada foi a chamada “dum dum”, com alto poder de ferimento. Não há pistas sobre o local de compra da arma, que tinha numeração raspada.

Abordagem

A tentativa de assassinato ocorreu na tarde de um sábado. A apresentadora estava na cidade com assessores para lançamento de produto de sua marca. Rodrigo se hospedou no hotel no dia anterior, conforme investigações da Polícia Civil, e passou a observar integrantes da equipe da apresentadora a partir do almoço de sábado. Perto das 14h, Rodrigo rendeu o cunhado e empresário da apresentadora, Gustavo Henrique Bello, e o obrigou a levá-lo até o quarto onde estavam Hickmann e sua assessora Giovana Oliveira, mulher de Gustavo.

Ao chegarem, Rodrigo obrigou os três a se sentarem voltados para a parede e passou a xingar a apresentadora. Em áudio gravado por outro integrante da equipe de Hickmann, o cabeleireiro Júlio Figueiredo, que ficou próximo ao quarto, é possível ouvir Rodrigo afirmando que a apresentadora havia duvidado do seu amor.

O agressor então disparou a arma e acertou o ombro esquerdo de Giovana. Hickmann estava abraçada à cunhada com a cabeça na parte da frente do ombro da assessora alvo do disparo. Gustavo, então, reagiu, passou a lutar com Rodrigo, tomou-lhe a arma e o matou com três tiros na nuca, segundo as investigações.

O tiro que acertou o ombro de Giovana passou pelo abdome e saiu pela perna direita. A assessora ficou internada por doze dias, inicialmente, no hospital Biocor, em Belo Horizonte, e depois no Sírio Libanês, em São Paulo. Em depoimento, o irmão do fã da apresentadora, Helissom Augusto de Pádua, disse que Rodrigo não era desempregado, como afirmara inicialmente, mas trabalhava com fabricação de doces com a mãe.

As investigações mostraram também que Rodrigo havia planejado ir a outros locais na cidade por onde a apresentadora passaria, como o shopping em que aconteceria o lançamento do produto da grife de Hickmann e o aeroporto. Conforme o parente do agressor, a família sabia da obsessão do irmão por Ana Hickmann e que se já havia decidido conversar com o parente sobre o assunto. Helissom disse ainda que o irmão informou à família que viajaria a Belo Horizonte para conhecer a cidade.