Atirar contra uma criança não foi o primeiro ato criminal a constar na ficha do agente de custódia Sílvio Moreira Rosa, de 54 anos. O servidor tem em seus registros outras seis ocorrências por crimes como briga, ameaça, lesão corporal, injúria e até mesmo um crime sexual.
O último registro contra Sílvio foi feito na manhã desta sexta-feira (6), quando ele atingiu com um disparo de arma de fogo uma criança de seis anos que estava em um carro na BR-070, próximo a Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Ele teria se irritado com o comportamento do pai da criança durante um congestionamento provocado por uma obra entre aquele município e Girassol.
Segundo testemunhas, o pai do menino teria cortado uma fila de veículos parados que se formou na região. O ato teria provocado a ira de Sílvio, que discutiu com o outro condutor, perseguiu o carro e efetuou três disparos – um deles atingindo o menino, que estava na cadeirinha. O agente tentou fugir, mas foi preso após entrar em uma rua sem saída.
A primeira ocorrência na qual Sílvio esteve envolvido aconteceu em 3 de janeiro de 2005. Naquela ocasião ele teria agredido a esposa dentro de casa. Apesar de o crime ter sido investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), como na época a Lei Maria da Penha ainda não vigorava, o servidor não foi preso.
O registro seguinte foi feito no mesmo ano. Em 11 de setembro ele foi, mais uma vez, acusado de agredir a esposa no estacionamento do prédio onde eles moravam. Novamente, não houve maiores repercussões.
Um novo boletim de ocorrência foi registrado contra Sílvio em 17 de março de 2009. Na época, ele foi acusado de manter relações sexuais na frente de uma criança de seis anos. As investigações levaram à sua expulsão da polícia, porém, ele foi reintegrado tempos depois por determinação da Justiça.
O histórico de Sílvio não termina aí: na 26ª Delegacia de Polícia há outras três ocorrências envolvendo o agente por perturbação do sossego, injúria e ameaça. Todos os casos teriam relação com brigas em via pública.
Agora, com mais um registro em sua ficha, o agente pode, enfim, ser demitido. Conforme apurado pelo site Metrópoles, Sílvio é lotado no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e a Corregedoria-Geral da PCDF vai instaurar Processo Administrativo Disciplinar para julgar sua conduta.
No momento em que chegou à delegacia para prestar depoimento, Sílvio disse a jornalistas que não sabia que havia uma criança no veículo. “Se eu soubesse que tinha criança eu não tinha atirado. Eu pensei que era tentativa de assalto”, justificou.
O menino foi levado ao Hospital de Base (HBDF) e está com a bala alojada no coração. Ele está em estado grave e deve ser encaminhado ao Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF).
O agente deve permanecer em Goiânia, onde ficará à disposição da polícia.
*Com informações do site Metrópoles