Policial morre com suspeita de febre maculosa após treinamento em mata no RJ
Um policial militar morreu no último domingo (24) com suspeita de febre maculosa, que é…
Um policial militar morreu no último domingo (24) com suspeita de febre maculosa, que é transmitida pela picada de carrapato. A morte do cabo Mario César Coutinho de Amaral ocorreu após participação no Curso de Operações de Polícia de Choque (COPC).
Esse foi o segundo policial que morreu com a suspeita da doença. Na última sexta-feira (22), o sargento Carlos Eduardo da Silva também apresentou sintomas parecidos.
Ambos haviam participado do treinamento. Testemunhas relataram que a transmissão da doença teria acontecido durante uma “etapa de mata” da instrução.
Por meio de nota, a Secretaria de Polícia Militar reconheceu a possibilidade de os PMs terem se infectado em serviço.
A corporação afirmou que “exames complementares seriam realizados pelo hospital da Fundação Oswaldo Cruz (no corpo do PM), onde o militar estava internado quando faleceu”.
Ainda conforme da PM, outros policiais que participavam do curso estão “sendo acompanhados pelo ambulatório de febre” da fundação. Mario César estava na corporação havia nove anos e no Batalhão de Polícia de Choque, onde era instrutor, havia quatro.
O que é febre maculosa e quais são os sintomas?
Há registros de febre maculosa em áreas rurais e urbanas do Brasil. A enfermidade é causada por carrapatos, principalmente os conhecidos como “carrapato estrela”. Eles são encontrados principalmente nas capivaras e cavalos. A transmissão pelo carrapato de cachorro é menos comum, mas também pode acontecer.
O período de incubação da febre maculosa – ou seja, tempo da infecção até manifestação dos primeiros sintomas – é de dois a 14 dias, mas varia de caso a caso. Em geral, entre o segundo e o sexto dia podem surgir manchas vermelhas pelo corpo, principalmente na região das mãos e pés. Embora sejam o sinal clínico mais importante, as manchas vermelhas podem não aparecer, o que dificulta o diagnóstico e retarda o tratamento.
Os principais sintomas são febre, em geral alta, dor de cabeça e no corpo, mal-estar generalizado e náuseas. Como não são específicos, podem ser confundidos com outras doenças e, por isso, merecem atenção para que seja realizado o diagnóstico preciso e para que o tratamento comece o quanto antes.
A maior concentração de casos da doença é nas regiões Sudeste e Sul. Em 2021, até o mês de setembro, o país registrou 69 casos e 19 mortes.
“Temos identificado o aumento de registro de casos de febre maculosa, esperado para o período do ano. Por isso, alertamos para importância de adotar medidas de prevenção, principalmente quando estiver em áreas rurais, de mata ou de transmissão reconhecida de febre maculosa, e em caso de suspeita da doença iniciar o tratamento imediatamente”, explica o coordenador de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, Marcelo Wada.
A doença é diagnosticada através de testes laboratoriais como o de Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), que detecta a presença de anticorpos contra a bactéria causadora, a partir de coleta de sangue. Também há o exame de Imunohistoquímica, que identifica a bactéria em amostras de tecidos obtidas a partir de biópsia de lesões de pele.
Como se proteger
- Evite áreas que apresentem infestação de carrapatos ou onde a circulação de febre maculosa é reconhecida;
- Ao participar de atividades de trabalho ou de lazer, em áreas arborizadas, com vegetação alta e gramados, use roupas claras para facilitar visualização de carrapatos no corpo e assim a sua remoção imediata;
- Durante as atividades, use sapatos fechados, camisa de manga longa, calças e repelentes de insetos;
- Depois de realizar atividades nesses ambientes com risco de ser picado por carrapato, lembre-se de checar todo o corpo e remover os carrapatos que estejam aderidos.
*Com informações do Jornal Extra e Ministério da Saúde