Policial preso por matar a mulher já tinha sido acusado de violência doméstica
Soldado foi reprovado no processo seletivo para a PM, mas entrou na corporação por força de uma decisão judicial
O soldado da Polícia Militar Thiago dos Santos Almeida, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha e acusado de matar a tiros a companheira, a professora Ellen Ramos Soares Ribeiro, de 32 anos, já era conhecido por sua agressividade. Segundo a PM, Almeida — que estava na corporação há cerca de seis meses — tinha anotações criminais por violência doméstica e havia sido reprovado no processo seletivo da corporação, mas ganhou na Justiça o direito de fazer o curso de formação e ser incorporado nas fileiras da instituição.
Segundo parentes do casal, que estava junto há cerca de um ano, o PM chegou a agredir a mulher pelo menos cinco vezes. A jovem chegou a fazer um boletim de ocorrência, mas teria desistido e retirado a queixa. Tudo para não atrapalhar a carreira militar do homem. No final da madrugada desta segunda, Ribeiro foi até a casa dos pais de Ellen — onde ela estava com os dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de 4 — e disparou cinco vezes contra a companheira.
Após executá-la a tiros, o homem fugiu e se apresentou horas depois à Corregedoria Interna da Polícia Militar, que também abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta de Almeida. Em seguida, ele foi levado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
O corpo de Ellen foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio. Seu velório e sepultamento está marcado para a tarde desta terça-feira (11).