Policial que ameaçou Natuza Nery no supermercado atacou TSE e defendeu golpe
Policial que ameaçou Natuza, jornalista da Globonews, ganhou R$ 15 mil do governo do Estado e é investigador
O policial civil de São Paulo Arcenio Scribone Júnior, suspeito de ameaçar a jornalista Natuza Nery dentro de um supermercado na noite da última segunda-feira (30), é o autor de publicações em redes sociais que questionam o resultado das eleições de 2022 e que defendem a realização de um golpe militar.
Nas publicações, Arcenio disse que o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a “esquerda em geral” formavam uma “quadrilha”. Ele se tornou alvo de uma investigação aberta na Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo.
O policial é investigador de classe especial e recebeu mais de R$ 15 mil do governo do estado no mês de novembro.
No dia 8 de dezembro de 2022, Arcenio publicou no Twitter uma foto de uma manifestação a favor do golpe de Estado e escreveu: “nessas horas, tenho orgulho de ser brasileiro. Nosso povo está vivo”. Na imagem, há faixas com a conclamação: “Forças Armadas, salvem o Brasil”.
No mesmo dia, ele publicou outra foto que sugere que ele esteve em frente à sede do Exército em São Paulo, para defender a intervenção militar. “Temos muitas pessoas no Ibirapuera”, disse ele na legenda. A foto tem faixas como “resistência” e “Brazil was stolen (Brasil foi roubado)”.
“Esta é a realidade que a mídia tentou esconder dos brasileiros”, diz mais um texto dele com números diferentes dos divulgados pelo TSE na eleição de 2022. Segundo a postagem, o “resultado real das urnas” teria sido obtido após hackers “quebrarem os códigos fonte”.
“Agora você sabe o quanto fomos roubados. O Brasil não tem 60 milhões de apoiadores de bandidos”, continua a publicação.