Por que alguns cocôs boiam e outros afundam?
Estudo analisou as fezes de 33 pessoas saudáveis
Que cocô! 💩 Algumas questões fazem parte da vida e nem sempre encontrar explicações para as dúvidas pode ser um processo fácil. Uma curiosidade um pouco quanto diferente e bastante comum é o porquê de algumas fezes flutuam e enquanto outras afundam. Durante anos, não sabíamos exatamente o motivo, as teorias dizem que o aumento do teor de gordura nas fezes pode levar ao aumento da probabilidade de uma delas ficar boiando, mas pesquisadores decidiram investigar o que está por trás desse efeito.
Um estudo de 1972 – publicado no jornal The New England Journal of Medicine – analisou as fezes de 33 pessoas saudáveis (nove com fezes flutuantes, 24 com fezes que afundam e seis pacientes com fezes gordurosas), eles descobriram que todos os flutuadores afundavam quando o gás dentro de suas fezes era “comprimido por pressão positiva” (esmagando o cocô).
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“Após a desgaseificação, as fezes que flutuavam e afundavam anteriormente tinham gravidades específicas semelhantes, indicando que a propensão a flutuar ou afundar dessas fezes depende de diferenças no conteúdo de gás e não de gordura”, escreveu a equipe que realizou o estudo, acrescentando que as fezes gordurosas eram menos densas do que as outras, embora isso se deva a um aumento no teor de água e não de gordura. Assim, o estudo que foi publicado no portal Scientific Reports, identificou que as fezes flutuam devido ao aumento do conteúdo de gás ou água (ou ambos); as fezes flutuantes não devem ser consideradas um sinal de esteatorréia (aumento do teor de gordura nas fezes).
Uma outra análise feita por uma equipe que estudava camundongos livres de germes notou algo incomum sobre o cocô do rato. Cerca de 10% dos humanos saudáveis produzem os flutuadores de forma consistente, essa porcentagem é muito maior em camundongos, que corresponde a 50%, assim o cocô de camundongos livres de germes tendia a afundar.
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“Nossa descoberta por acaso de fezes que ‘afundam’ e ‘flutuam’ em TFS [solução fixadora de tampão fosfato de Trump] em camundongos sem germes e colonizados no intestino, respectivamente, levou à questão de saber se os colonizadores intestinais estavam fundamentalmente ligados à gênese de fenômeno de flutuação fecal”, escreveu a equipe em seu estudo.
Investigando mais, a equipe pegou bactérias intestinais de camundongos saudáveis e as colocou no estômago de camundongos livres de germes, e os seus cocôs começaram a flutuar também.
“Ao introduzir microorganismos no intestino de camundongos livres de germes, demonstramos conclusivamente que a colonização intestinal da microbiota é um pré-requisito para que as fezes flutuem”.
Embora eles enfatizem que mais estudos são necessários para determinar quais bactérias intestinais causam a flutuação – introduzindo-as individualmente em camundongos livres de germes – e também é necessária a análise de fezes humanas, eles identificaram algumas espécies de bactérias associadas a fezes flutuantes.
“Na verdade, identificamos Bacteroides ovatus como a espécie mais enriquecida em nossa análise, que foi positivamente correlacionada com flatulência e evacuação de gás anal em pacientes humanos. Além disso, também identificamos Bacteroides fragilis , que é conhecido por produzir gás hidrogênio no intestino”, escreverem os pesquisadores.
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