óbito

Prefeito de BH, Fuad Noman, morre 84 dias após tomar posse para o 2º mandato

Político estava internado com quadro de insuficiência respiratória aguda

Prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, morre 84 dias após tomar posse para o 2º mandato internado com insuficiência respiratória aguda
Prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (Foto: Divulgação/Prefeitura de BH)

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira (26), aos 77 anos. A informação foi confirmada pela Prefeitura da capital mineira. Ele estava internado desde 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, após ser diagnosticado com insuficiência respiratória aguda.

Em outubro, Fuad fez história ao se tornar o político mais velho a vencer uma eleição para a prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, desde o pleito, enfrentou problemas de saúde e foi internado ao menos quatro vezes. Ele deixa a esposa, Mônica, dois filhos e quatro netos.

O economista é o segundo prefeito da história da cidade a morrer no cargo. O primeiro foi Américo Rennê Giannetti, que assumiu a gestão em 1951 e faleceu em 1954. Com a morte de Fuad Noman, o vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil) assume a administração municipal pelos próximos quatro anos.

Fuad havia anunciado em julho de 2023 que estava em tratamento contra um linfoma não Hodgkin. Mesmo enfrentando a doença, seguiu exercendo o cargo e participou ativamente da pré-campanha para reeleição. Próximo ao segundo turno, revelou que estava em remissão e havia sido liberado das sessões de quimioterapia.

As complicações do tratamento o levaram a internações recorrentes, impedindo sua presença na diplomação e posse, no dia 1º de janeiro. Ele participou da cerimônia de forma remota, usando máscara e ao lado da esposa, seguindo orientações médicas devido à baixa imunidade.

Servidor de carreira do Banco Central, Fuad Noman também teve passagens pela Casa Civil da Presidência da República, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, e por secretarias do governo de Minas Gerais, sob Aécio Neves e Antonio Anastasia. Em 2022, assumiu como prefeito de Belo Horizonte após a saída de Alexandre Kalil para disputar o governo estadual.

A gestão de Fuad foi marcada por tensões com a Câmara Municipal, que instaurou CPIs para investigar contratos de serviços públicos, como o transporte coletivo e a limpeza da Lagoa da Pampulha. Mesmo assim, ele se apresentou como um político conciliador e venceu o segundo turno contra Bruno Engler (PL) por 53% a 46%.

Além da vida pública, Fuad Noman também se dedicava à literatura e publicou três livros de ficção. Um deles, “Cobiça” (2020), foi alvo de polêmica na campanha, quando opositores alegaram que a obra fazia apologia ao estupro. A Justiça Eleitoral determinou a retirada das propagandas que exploravam o tema.

Após a eleição, o prefeito prometeu priorizar a modernização do contrato de transporte público e a redução de acidentes no Anel Rodoviário, uma das principais vias de Belo Horizonte. Com sua morte, a cidade agora inicia um novo capítulo sob a liderança de Álvaro Damião.