‘Prepotente’, ‘arrogante’, ‘ridícula’: o que Berlusconi acha da provável futura premiê italiana
“Prepotente”, “arrogante”. Foi assim que Silvio Berlusconi descreveu a provável futura primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, em…
“Prepotente”, “arrogante”. Foi assim que Silvio Berlusconi descreveu a provável futura primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, em suas anotações, feitas pouco antes do início da votação para a presidência do Senado, na quinta-feira. A imagem do bloco de papel timbrado com os comentários do ex-premier rodou a imprensa italiana nesta sexta-feira, revelando as fortes divisões na coalizão de direita que saiu vencedora das eleições gerais.
“Giorgia Meloni. Comportamento: obstinado, prepotente, arrogante, ofensivo. Sem vontade de mudar. É alguém com quem você não pode chegar a um acordo”, escreveu o magnata e ex-chefe de governo de 86 anos em uma nota, destinada a permanecer privada, mas revelada por uma fotografia ampliada e divulgada pela imprensa italiana.
Na nota também aparecem algumas palavras que foram apagadas. De acordo com o jornal local Corriere della Serra, Berlusconi teria listado um quinto adjetivo nada elogioso para a líder do partido Irmãos de Itália, de origem pós-fascistas: “ridícula”.
Procurada pela imprensa italiana, Meloni disse que não iria comentar o assunto.
— Não tenho nada a dizer, a não ser que Berlusconi esqueceu de um ponto: que não sou chantageável — declarou.
Apesar de contar com ampla maioria nas duas câmaras do Parlamento após as eleições de 25 de setembro, ela não terá facilidade para governar. Um de seus principais aliados, o conservador Berlusconi, que tem ampla experiência como ex-primeiro-ministro e obteve 8% dos votos no último pleito, não se conforma com um papel secundário na formação do novo Executivo, que deverá receber o voto de confiança do Parlamento no fim deste mês.
Na quinta-feira, o candidato de extrema direita, Ignazio La Russa, homem de confiança, foi eleito sem dificuldades, apesar de os senadores do partido Força Itália de Berlusconi não terem participado da votação para a presidência do Senado, como gesto de protesto. Contudo, a indignação do bilionário, que retornou ao Senado depois de nove anos, após sua expulsão por problemas judiciais, ainda pode cessar com a distribuição de ministérios, já que ele tem brigado por pastas importantes para o seu partido, segundo a imprensa italiana.