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Presidente da CPI do 8/1 descarta investigar joias de Bolsonaro por falta de elo com ataque golpista

Arthur Maia diz que não há relação entre suspeita de desvio dos presentes de Bolsonaro e investigação de atos golpistas

O deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), presidente da CPI do 8 de janeiro, afirmou que não pretende incluir as suspeitas de desvio de joias entregues por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações da comissão.

Na última sexta-feira (11), a Polícia Federal realizou uma operação para investigar um suposto esquema de desvio de joias presenteadas a Bolsonaro por autoridades estrangeiras, bem como a tentativa de venda desses itens de luxo.

Arthur Maia argumentou que não vê nenhuma ligação causal entre os eventos de 8 de janeiro e o presente de joias, que supostamente Bolsonaro teria recebido e não declarado. Ele rejeitou a ideia de abordar o assunto na CPI.

No entanto, Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI, expressou sua intenção de incluir o caso das joias nas investigações da comissão. Ela alegou que um dos objetivos da CPI é entender quem financiou os atos antidemocráticos.

O deputado Duarte Junior (PSB-MA) sugeriu que a comissão investigasse o caso das joias e também pediu a quebra dos dados telemáticos e fiscais de Bolsonaro. Arthur Maia descartou essa possibilidade, afirmando que o tema não está relacionado ao evento de 8 de janeiro.

A relatora da CPI destacou que é importante entender se os recursos mencionados em negociações realizadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe dos ajudantes de ordem de Bolsonaro, foram usados nas manifestações.

Eliziane Gama mencionou que mensagens de auxiliares de Bolsonaro indicam um esquema de enriquecimento ilícito do ex-presidente, e ela acredita que a CPI precisa determinar se parte desses recursos foi direcionada para financiar os atos antidemocráticos.

Vários parlamentares apresentaram pedidos para convocar Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e auxiliares do ex-presidente, além de solicitar a quebra de sigilos. A CPI ouviu também o repórter-fotográfico Adriano Machado, da agência Reuters, que cobriu os ataques golpistas no Palácio do Planalto.

No entanto, antes do depoimento de Machado, alguns membros da CPI afirmaram que o Ministério da Justiça não entregou todas as imagens capturadas pelas câmeras de segurança no dia 8 de janeiro. O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pediu uma busca e apreensão no ministério dirigido por Flávio Dino (PSB-MA).

O presidente da CPI rejeitou a ideia de acionar a polícia para obter as imagens, enfatizando que não é adepto de bravatas. Ele também esclareceu que questionou o STF sobre a abrangência de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes relacionada à entrega das imagens do Ministério da Justiça, argumentando que o pedido da CPMI excedeu o que foi enviado.

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