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O presidente do Sindicato dos trabalhadores no Serviço Público do estado de Goiás (Sindipúblico), Thiago Villar, criticou o governador Marconi Perillo após o anúncio de que pelo menos 500 servidores comissionados devem ser exonerados da administração estadual. “O que a gente percebe é uma falta de planejamento. Praticamente um ano depois da reforma administrativa ele faz esse anúncio que parece mais midiático do que efetivo”, afirma.
Segundo ele, a medida parece ter fins meramente de “politicagem”. “Ele não divulga critério nenhum e a gente sabe que muitos servidores que fazem um bom trabalho é que vão acabar sofrendo”, pontua.
Para ele, o anúncio do governador “cria um clima ruim” na administração. “Todos os comissionados passam a trabalhar com a desconfiança de que em janeiro não terão mais emprego”, diz.
Questionado de que forma o sindicato planeja atuar contra a medida, Villar afirmou que, no momento, a entidade está fazendo um levantamento histórico de medidas semelhantes adotadas pelo governo estadual antes de definir providências. “Há 10 anos o governador mandou um projeto para a Assembleia Legislativa nesse mesmo sentido, prevendo o corte de 4 mil dos 9 mil comissionados da época. Mas, com a eleição de Alcides Rodrigues, a medida foi revogada”, apontou o presidente.
“O que influencia tudo isso é a questão política”, critica Villar, cobrando responsabilidade do governo. “Quem acaba pagando por isso é a população.”
Na última segunda (30/11), o governador de Goiás, Marconi Perillo, anunciou em entrevista coletiva a intenção de cortar pelo menos 500 servidores comissionados até o final do ano. Segundo ele, trata-se de uma medida para equilibrar os cofres do Estado e “profissionalizar” a administração. “Ainda neste ano devo enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa reduzindo mais ainda, e eu já reduzi muito. No ano passado, chegamos a cinco mil comissionados a menos”, disse.
De acordo com o governador, a adminstração estadual se esforçará para cortar “tudo o que for exagero” quanto a folha de pagamento dos servidores. “Nós fizemos, no ano passado, um ajuste na administração enorme. Somente a reforma administrativa resultou em uma economia de R$ 500 milhões neste ano. Entre cargos comissionados e temporários, são 10 mil a menos. Então, todas as mudanças que forem necessárias para que a máquina do Estado esteja equilibrada, nós faremos”, ressaltou.