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Preso por matar esposa no Rio de Janeiro morre após infartar em presídio

Morte aconteceu três meses após feminicídio de Ayend Cristine Nascimento Hammad

(Foto: Redes Sociais)

Samy Foaud Hammad, preso pela morte da esposa Ayend Cristine Nascimento Hammad, morreu após enfartar em presídio, exatamente três meses depois do crime. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, Samy passou mal na última quarta-feira (27) e foi levado para o Hospital Albert Schweitzer, no Rio de Janeiro, mas dois dias depois foi constatado o óbito. Ele estava preso desde o dia 30 de abril, quando foi localizado por policiais em um hotel no Centro de Petrópolis.

Ayend foi morta dentro da casa em que morava com Samy e os dois filhos do casal, um de 4 e um de 6 anos, em Vila Isabel. No dia 29 de abril, o corpo da estudante de pedagogia foi encontrado por agentes da 20ª DP, com o rosto desfigurado por agressões e sinais de estrangulamento. O próprio autor do crime avisou parentes da vítima e colegas que trabalhavam com ele no Hospital Municipal Jesus que tinha matado a esposa e disse que a chave do imóvel estava na porta do apartamento.

Segundo amigos e familiares, Ayend e Samy teriam tido uma briga no dia do assassinato. Ela queria se separar e ele não aceitava o pedido de divórcio. Quando foi preso, Samy Foaud Hammad afirmou em depoimento que teve um surto em meio a discussão por achar que estava sendo traído. Apesar da vítima nunca ter falado sobre agressões com a família, ela reclamava da tensão entre os dois e do descontrole de Samy com amigas próximas.

“Amiga, desculpe, está muito tensa a situação aqui em casa”, escreveu Ayend a uma amiga, que tentou tranquilizá-la. “Meu ex-marido é um merd* (risos)”, complementou a pedagoga. Para outra amiga, Ayend contou: “Só fui chamada de puta, vaca, interesseira”.

A última visualização no aplicativo de mensagens de Ayend no dia em que ela foi morta por Samy foi às 02h46. A vítima tinha 31 anos, estava cursando pedagogia na Unirio e começaria um novo estágio em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na semana seguinte.

De acordo com o Instituto de Segurança Pública, de janeiro a junho deste ano foram registrados 57 feminicídios e 143 tentativas de feminicídio no estado.