Economia

Procon orienta consumidor sobre como usar o 13º

Se você está endividado, como a maioria das empresas e bancos está aberta a negociações e oferece, no fim do ano, descontos significativos sobre juros e correção monetária, é hora de aproveitar


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O que você pretende fazer com o 13º salário? A primeira parcela da gratificação foi liberada nesta segunda-feira, dia 30, e a maioria dos trabalhadores tem a resposta na ponta da língua: pagar as dívidas. Na tentativa de ajudar os consumidores endividados a colocar as contas em ordem com o dinheiro extra, o gerente de Pesquisa e Cálculo do Procon Goiás, Gleidson Tomaz, dá uma série de orientações.

Como a maioria das empresas e bancos está aberta a negociações e oferece, no fim do ano, descontos significativos sobre juros e correção monetária, segundo ele, é hora de aproveitar. No entanto, se as dívidas são muitas, é preciso priorizar. “Se ele não consegue quitar totalmente, que dê preferência àquelas com maiores taxas de juros como o cartão de crédito e cheque especial e sempre procure negociar. O consumidor não deve aceitar qualquer proposta que seja feita de imediato”, orienta.

Interessados podem procurar o Núcleo de Renegociação de Dívidas do Procon, que funciona na sede do órgão, localizado na Rua 8, nº 242, Centro, em Goiânia. Por meio desse serviço, é possível solicitar o cálculo da dívida para saber se o desconto concedido é real e verificar ainda se o parcelamento é viável e será cumprido rigorosamente. O índice de acordos intermediados pelo órgão de defesa do consumidor atinge cerca de 90% dos casos.

“Não pode atrasar nenhuma parcela porque, sendo assim, o acordo é cancelado automaticamente e qualquer desconto vai por água abaixo, uma nova dívida é realizada e o nome volta a ser negativado”, alerta.

Será que vale a pena contrair um novo empréstimo para pagar as dívidas? De acordo com Gleidson, somente quando se trata de dívidas com elevadas taxas de juros como o cartão de crédito e cheque especial, vale a pena ‘trocar a dívida’ por um empréstimo consignado, aquele com desconto no salário, com taxa média em torno de 2% ao mês.

“Aí sim poderia ter alguma vantagem, mas mesmo que se faça essa opção é preciso ter cuidado para nunca estender em grande quantidade de parcelas porque a parcela pode não caber mais no bolso a longo prazo. Nesse caso de troca de dívida tem que avaliar para que o novo empréstimo não comprometa as despesas fixas que ele já tem”, informa.

LIQUIDAÇÃO ANTECIPADA

Outra recomendação para aqueles que se endividaram é a chamada liquidação antecipada para quem contratou um empréstimo ou outro tipo de financiamento, mesmo que não esteja inadimplente.O Código de Defesa do Consumidor (CDC) assegura o pagamento prévio das parcelas vincendas sem a necessidade da quitação total do débito para amortização proporcional da taxa de juros sobre o restante da dívida.

“O consumidor pode fazer essa simulação da liquidação antecipada junto ao Procon que irá avaliar se compensa ou não amortizar parte da dívida com o dinheiro extra do 13º”, sugere.

Já aqueles que não estão preocupados com dívidas podem reservar a gratificação de fim de ano para gastar no início de 2016 com compra do material escolar, IPVA (caso o pagamento ocorra no início do calendário estabelecido), IPTU entre outros.

“O ideal é fazer uma economia desse valor porque a gente sabe que tem aquelas despesas comuns de todo início de ano e, assim, reservar parte desses recursos para que não seja necessário fazer um empréstimo sem planejamento e complicar a sua situação financeira”, finaliza.