CLOROQUINA

Procurador-chefe de Goiás afirma que processará agência de checagem

Agência "Aos Fatos" expôs posts de Benedito em que ele teria disseminado informações falsas sobre cloroquina

MPF apura ação do Twitter, que classificou post de ministério como "enganoso"

O procurador-chefe do Ministério Público Federal em Goiás, Ailton Benedito, afirmou em sua conta no Twitter nesta quarta-feira (11) que processará a agência de checagem Aos Fatos.

“Estou processando judicialmente @aosfatos, autodeclarada ‘agência de checagem de fatos’, em consequência de violação a meus direitos fundamentais”, escreveu o procurador, uma das principais vozes conservadoras dentro do MPF.

A reportagem a qual Ailton Benedito se refere, publicada em maio deste ano, mostra os perfis do Twitter que mais publicaram desinformação sobre a cloroquina.

O perfil do procurador no Twitter é mencionado uma vez, e aparece em uma tabela com os que mais falaram sobre cloroquina no Twitter. Segundo a agência, ele não é mencionado como um desinformador, e sim como um perfil que se engajou com conteúdos sobre o tema. “Ou seja, não fica claro no que ele se sentiu lesado, uma vez que a reportagem não faz acusações particularmente contra ele.”

Ainda no Twitter, Benedito disse que “é o que devem fazer todas as vítimas que sofrem violações a seus direitos fundamentais praticas por autodeclaradas ‘agências de checagem de fatos'”.

Em nota, a Aos Fatos afirma que “segue sua missão de checar declarações e boatos nas redes, amparado nos direitos constitucionais da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão”.

“Conforme os melhores parâmetros éticos, publicamos fatos verificados meticulosamente, damos espaço à divergência, ouvimos o outro lado, mas não admitimos ameaças contra o exercício do jornalismo. Repudiamos qualquer tentativa de cercear nossas atividades e de quaisquer jornalistas que tenham compromisso com a verdade factual.”

Em agosto deste ano, o procurador compartilhou uma publicação falsa intitulada “Estudo da USP confirma eficácia da hidroxicloroquina. Nome do medicamento é suprimido nas manchetes”, aumentando o seu alcance.

O texto, inicialmente publicado no blog Quinina, distorce dados de pesquisa da Universidade de São Paulo para defender medicamentos sem comprovação funcional no tratamento da Covid-19. A publicação foi verificada pelo Comprova.