ACUSAÇÕES

Professor de Direito da USP é acusado por ex-alunos de assédio e abuso sexual

Segundo as vítimas, o professor de Direito prometia indicações profissionais em instituições como o STF e o MP

O professor de Direito da USP, Alysson Mascaro (Foto: Reprodução)

O jurista Alysson Mascaro, professor de Direito na Universidade de São Paulo (USP), está sendo acusado de assédio e abuso sexual por dez homens, entre alunos e ex-alunos, com idades entre 24 e 38 anos. Os relatos incluem episódios de beijos forçados, assédio e até estupro, que ocorreram entre 2006 e o ​​início de 2024. As denúncias foram reveladas em uma reportagem do portal Intercept Brasil.

De acordo com as vítimas, Mascaro utilizou sua posição acadêmica e influência no meio jurídico para se aproximar delas, prometendo apoio profissional e destacando seu poder de conexão com instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério Público. A maioria das vítimas detalhou ter conhecido o professor no Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica, vinculado ao Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP.

Um dos denunciantes afirmou ter sido abusado em 2022 durante uma visita à casa do professor, em São Paulo. Ele relata que aceitou o convite para tratar de questões acadêmicas, mas que a situação evoluiu para assédio e abuso ao longo de dois dias. O homem disse ter se sentido intimidado pela influência do professor no “alto escalão” do meio jurídico.

Além das denúncias diretas, há relatos de pessoas próximas a Mascaro, incluindo membros do grupo de pesquisa, que tinham conhecimento do comportamento inadequado e ajudaram a ocultar comentários críticos em suas redes sociais.

Em resposta, Mascaro negou as acusações e afirmou, em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, que é alvo de “perseguição” e de uma “campanha de difamação” organizada por perfis falsos e haters. Sua defesa classificou os relatos como “infundados” e “obtidos por meios manifestamente ilícitos”, afirmando que as acusações carecem de materialidade.

A Faculdade de Direito da USP informou que, até o momento, não recebeu denúncias formais sobre os casos. Contudo, em nota oficial, afirmou que abrirá um procedimento administrativo para que as acusações sejam formalizadas.

As investigações estão em andamento. As vítimas tiveram seus nomes mantidos em sigilo e disseram ao Intercept que esperam justiça, apesar do medo de represálias.