Discrepância

Professor do Ensino Fundamental no Brasil ganha 50% menos

Enquanto a remuneração dos brasileiros é de R$ 40,7 mil por ano, nas nações da OCDE um professor do mesmo nível recebe R$ 105,5 mil

Professores que lecionam para os anos iniciais do ensino fundamental no Brasil ganham menos da metade do salário médio pago aos docentes dos 35 países-membros da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE). Enquanto a remuneração dos brasileiros é de R$ 40,7 mil por ano, nas nações da OCDE um professor do mesmo nível recebe R$ 105,5 mil.

A discrepância é apontada na versão mais recente do relatório Education At a Glance, que traz um estudo comparativo sobre índices educacionais entre 41 países – 35 da OCDE e 6 parceiros. O documento mostra que em países como Alemanha, Suíça e Luxemburgo professores da primeira etapa do ensino básico têm salários iniciais superiores a R$ 148 mil por ano. Ainda assim, a remuneração dos docentes é menor do que a de outros profissionais com nível similar de formação.

No universo de docentes do ensino superior, a situação melhora em todos os países. O salário médio anual variou de R$ 89 mil, na Eslováquia, a R$ 439 mil, em Luxemburgo. O Brasil fica no “meio-termo”, com R$ 135 mil por ano.

Investimento público

Entre 2005 e 2013, a proporção de gastos públicos para a educação diminuiu em mais de dois terços dos países analisados pela OCDE – mas, no Brasil, em um dos poucos dados animadores, aconteceu o contrário. A média da OCDE é de 11%, mas o governo brasileiro superou esse índice ao dedicar pelo menos 16% do gasto público total ao setor, ficando atrás só de México e Nova Zelândia.

O Brasil ainda está no topo do ranking em relação ao número de jovens entre 20 e 24 anos que não estão estudando: 75%.

Quando se analisa uma faixa de idade maior (entre 15 e 29 anos), o relatório conclui que 20% dos brasileiros fazem parte da chamada “geração nem-nem”, expressão que designa aqueles que não trabalham nem estudam. O índice é maior que a média registrada pela OCDE em 2014, que ficou em 15%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.