Projeto visa tornar Rio Verde polo mundial de produção sustentável de alimento
Ação é uma iniciativa voltada ao emprego do conhecimento científico no uso racional dos recursos naturais disponíveis nos diferentes ecossistemas brasileiros para a produção sustentável de alimentos
Foi apresentado, nesta segunda-feira (10), em solenidade no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, o projeto Biomas. A iniciativa visa ligar a ciência à produção sustentável de alimentos. Ação será desenvolvida em Goiás entre o Instituto Fórum do Futuro, em parceria com o Governo Estadual. O piloto será desenvolvido em Rio Verde. Em três anos, a proposta é de tornar o local como polo global de produção de alimentos sustentáveis.
Serão aplicados investimentos em R$ 1,5 milhão durante 14 meses de realização do projeto. A ação é uma iniciativa voltada ao emprego do conhecimento científico no uso racional dos recursos naturais disponíveis nos diferentes ecossistemas brasileiros para a produção sustentável de alimentos. A expectativa é que o projeto seja lançado oficialmente em março, na cidade de Rio Verde, importante cinturão agrícola do Brasil.
O projeto Biomas Tropicais é realizado em outras regiões há seis anos. Um dos principais objetivos é de avaliar impactos de áreas ocupadas e criar alternativas para o manejo da atividade agrícola por meio de pesquisas nos diversos biomas do país, sempre em busca de uma agricultura tropical sustentável. “É a produção avançando, de corte, de leite, tudo isso baseado na sustentabilidade”, destacou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).
ParcO projeto será desenvolvido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as Universidades Federais de Lavras e Viçosa, além da Universidade de São Paulo (USP), com o suporte do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
O diretor tecnológico do Instituto Fórum do Futuro, Rodrigo Maule, o Sebrae ajudará na atuação com os representantes locais para verificação das demandas e desenvolver as pesquisas baseadas nas necessidades locais, serão construídos indicadores que visam refletir situações relativas a sustentabilidade. A partir daí haverá um mapeamento das propostas que serão desenvolvidas.
Novos usos tecnológicos
Representante do Instituto Fórum do Futuro, ao destacar pontos do projeto ressaltou que não basta apenas mudar no nome de agrotóxicos para defensivos agrícolas, ou remédios. Ele argumentou que questões de manejo podem ser alteradas, inclusive com a participação de grandes empresa que participam na fabricação dos produtos. O presidente da FAEG e deputado federal, José Mário Schreiner, diz que é preciso desmistificar situações relativas ao Agronegócio.
O presidente do Instituto Fórum do Futuro e ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, disse que a agricultura tem condições de resolver graves problemas que a sociedade vai enfrentar. “Conhecemos bem os biomas brasileiros, que ainda tem muito a oferecer ao mundo. Muitas vezes a exploração não está sendo bem interpretada”, declarou. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi criada na gestão de Paolinelli na década de 1970. Ele defende novas formas de uso da ciência para que alimentos sejam produzidos em áreas já degradadas. “A primeira coisa é transformar Rio Verde num exemplo nacional de produção sustentável, aumentando a produtividade, sem destruição. Nós temos muitas possibilidades”, completou Paolinelli.
O secretário de Desenvolvimento e Inovação, Adriano da Rocha Lima, avaliou que o projeto visa adequar o futuro da humanidade. Para ele, se adequar não é apenas ao que o mundo demanda, mas adequar a tecnologia, com o uso adequado da Ciência. Haverá uma conexão do Parque Tecnológico de Rio Verde, com o Instituto Federal de Goiás. “Precisamos adaptar as técnicas para estar mais próximo do futuro”, analisou o secretário.
O que é?
O Instituto Fórum do Futuro é um grupo de reflexão independente que promove debates de valorização da ciência, pesquisa, tecnologia e inovação a partir da perspectiva do desenvolvimento sustentável. A área central de interesses do projeto é a cadeia de valor do alimento e a bioenergia. Para mais informações, basta acessar o site https://www.forumdofuturo.org/home/.
Nordeste
Além do projeto de Rio Verde, o governador Ronaldo Caiado fez pedido aos parceiros para que projetos sejam desenvolvidos na região do nordeste goiano. “Me deem ajuda no Nordeste goiano. É um microclima adaptado a produzir frutas. Além da área da pesquisa que precisamos mostrar, que estamos produzindo mais água do que antigamente, o quanto estamos avançando no plantio direto de forma sustentável”, destacou durante discurso.
Ao Mais Goiás, o governador disse que é preciso promover desenvolvimento em regiões desiguais, e que não tem qualidade de vida. “Hoje pedi o apoio a Embrapa. Talvez podemos transformar aquela região em uma área produtiva de frutas, o microclima da região favorece isso, mas que nunca havia sido levado adiante”, argumentou Caiado.
Outros participantes
Também estiveram presentes na apresentação do projeto, os reitores das principais instituições de ensino de Goiás, representantes de entidades do setor produtivo, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), membros da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Antônio Carlos Souza Lima Neto (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), representantes do Instituto Fórum do Futuro, como o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles e o diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Derly Fialho.