JÚRI

Promotor rebate defesa dos acusados e reafirma participação dos réus no caso Valério

Dando início à réplica da acusação no caso Valério Luiz, às 16h30 desta quarta-feira (9),…

Dando início à réplica da acusação no caso Valério Luiz, às 16h30 desta quarta-feira (9), o promotor Maurício Camargo chamou atenção para o fato de que nenhum dos acusados admite participação no crime. Entretanto, segundo ele, a própria defesa menciona que a morte de Valério passou a ser investigada a partir do momento que o pai do radialista, Manoel de Oliveira, chegou ao local da morte do filho gritando que Maurício Sampaio, que era vice-presidente da diretoria do Atlético Goianiense, seria o responsável pelo assassinato em razão das críticas à administração do time.

Camargo aprofunda dizendo que, somente por essa afirmação da defesa dos réus, é possível perceber que havia uma divergência nítida entre a vítima e Sampaio. Isso, porque o pai de Valério era alguém com quem ele conversava e confiava. “Havia uma divergência entre a vítima e Maurício Sampaio, mas a polícia não se deixou levar por isso, houve aprofundamento na investigação. Maurício não admitiu que havia essa divergência”, disse a acusação.

O promotor também rebateu a acusação de que o Ministério Público retirou Marcus Vinícius da CPP e colheu um depoimento “na calada da noite”, de forma ilegal. Ele leu depoimento ao conselho de sentença e argumentou que a defesa dos réus tenta descredibilizar o documento, pois ele é peça fundamental e periciada, que comprova a participação dos cinco acusados no crime. “Essa história de que o Marcus foi tirado na calada da noite não corresponde a verdade. Ele manifestava interesse em ser ouvidos pelos promotores”, pontuou.

Ao todo, cinco são os acusados pela morte do radialista Valério Luiz: Maurício Sampaio, Ademá Figueiredo Aguiar Filho, Urbano de Carvalho Malta, Djalma Gomes da Silva e Marcus Vinícius Pereira Xavier. Ele foi morto a tiros em 5 de julho de 2012.

O crime teria ocorrido por críticas constantes do jornalista à diretoria do Atlético Goianiense. Sampaio, que era vice-presidente, é acusado de ser o mandante. Ademá seria o executor.

Envolvimento

A acusação também leu a denúncia ao júri, pontuando as razões que levaram cada um dos réus ao envolvimento na morte de Valério. Entre outras coisas, o promotor fala que Urbano e o Djalma procuraram Marcus Vinícius para dar um “susto em alguém” a pedido do patrão deles, que seria Sampaio. Marcus emprestaria uma moto, capacete e uma camisa para que Ademá Figueiredo cometesse o crime contra o radialista. Urbano ficaria de olheiro pra avisar quando Valério deixasse a rádio.

“Não tinham motivos pessoais para matar a vítima, mas tinham proximidade com Sampaio […] Se o depoimento de Marcus Vinicíus foi inventado pela investigação, porque seria tão rico em detalhes?”, questiona o promotor.