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Em entrevista para dois jornais da Capital, o prefeito de Acreúna, Toni Rogério Rodrigues Sandim (PTC), afastado recentemente por improbidade administrativa, afirmou ser vítima de um “complô”.
De acordo com ele, a “trupe” é formada por pessoas lideradas pelo seu vice-prefeito Edmar Neto (PTB).
O afastamento do prefeito se baseou em uma denúncia feita por um ex-servidor do município, Michel Pires Marques, ao Ministério Público e acatado pelo juiz da comarca da cidade, Reinaldo de Oliveira Dutra.
As “injúrias”, conforme o prefeito, foram motivadas mediante promessas de recompensa ao denunciante. Dentre as ofertas englobam o retorno ao cargo público comissionado com salário de secretário, compromissos e benefícios obscuros garantidos por parlamentares.
Mediante um documento de retratação pública, que Michel protocolou na Câmara Municipal de Acreúna, Sandim revela a “manobra política” sofrida por vereadores e o seu vice.
O prefeito suspeita ser alvo de uma armação, em conjunto com a Câmara de Vereadores e outros agentes públicos, incluindo Juiz de Direito e Delegado de Polícia, para afastá-lo a partir de denúncia que teria sido formulada naquela Casa de Leis por Michel Pires Marques.
Em nota publicada pelo site do Ministério Público (MP-GO), a promotora de Justiça Anna Edesa Lins Boabaid rebateu as acusações do prefeito.
Para a promotora, o prefeito afastado está propositalmente distorcendo informações, inventando situações e alterando a verdade dos fatos. E, mais grave, tenta em vão colocar sob suspeita a conduta de autoridades públicas, além dela, do Juiz de Direito e do Delegado de Polícia Civil, agentes públicos que não possuem qualquer envolvimento com a política local e que atuam de forma impessoal.
Segundo a promotora, os inquéritos instaurados por ela não foram iniciados por representação de Michel Marques, conforme o prefeito tenta divulgar. “E mesmo que fossem, isso não importaria, pois uma ação civil de improbidade administrativa não seria ajuizada meramente com base em declarações de uma única pessoa, mas sim após colheita de provas legítimas”, reforça.
“Não tenho qualquer interesse particular no resultado do processo político instaurado na Câmara dos Vereadores, pois, como é óbvio, este em nada influencia o resultado das ações de improbidade administrativa já ajuizadas contra Toni Rogério Rodrigues Sandim e no andamento das investigações conduzidas nas dezenas de inquéritos civis públicos instaurados na 2ª Promotoria de Justiça de Acreúna, da qual sou titular, com atribuição na defesa do patrimônio público, para apurar irregularidades supostamente praticadas na gestão do prefeito afastado”, disse ela.
Em entrevista ao MAIS GOIÁS, o vice-prefeito Edmar Neto negou qualquer envolvimento ou participação em “complô” para afastar o prefeito do cargo. “Não fui eu quem o afastou. Foi a justiça”, disse Edemar. “As declarações que ele anda fazendo ao meu respeito não estão denegrindo a minha imagem pública. Suas declarações estão denegrindo a minha imagem, como cidadão e pai de família”, afirmou.
Toni Rogério Rodrigues Sandim foi acusado de improbidade administrativa, com denúncias de contratação, para o município, de serviço de transporte escolar de pessoas que o apoiaram durante a campanha eleitoral, em fraude à legislação e em ofensa aos princípios da impessoalidade e moralidade.
Além do prefeito, outras pessoas – Adriana dos Santos Almeida, Geraldo Barros Machado, Patrícia Ferreira dos Santos, Aparecido Luiz Alves, Eliel Gomes de Miranda, Paulo Lemes Tavares, Ramilton de Souza Pereira, Sebastião Caitano Maia, Ladimir Teixeira da Cruz, Moacir Souza Santos e Wellinton Abreu Silva – e a Associação Nacional dos Prestadores de Serviços em Locação de Veículos e Máquinas (Brasloc) e Associação dos Trabalhadores em Transporte Escolar do Estado de Goiás (Atego) foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).