“Próximos anos prometem forte produção cinematográfica em Goiás”, diz cineasta
Editais e incentivos do Governo Federal devem incentivar mercado audiovisual
O cineasta e idealizador do Festival Internacional de Cinema de Goiânia (GIFF), Cássio Domingos, está otimista com a chegada de novos recursos disponibilizados pelo Governo Federal para produtores culturais e artistas. Segundo ele, as verbas da Lei Paulo Gustavo, Aldir Blanc e Goyazes vão fomentar o audiovisual em Goiás.
Em entrevista exclusiva concedida ao Mais Goiás, Cássio Domingos informou que os incentivos são importantes para a retomada do cinema regional. “O audiovisual está retomando sua produção com a volta de editais importantes, como o Programa Goyazes, que ficou 4 anos sem abertura, e a vinda de leis importantes de fomento, como Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Os próximos anos prometem uma forte produção cinematográfica”, opinou.
Festival Internacional de Cinema de Goiânia
O cineasta, ao lado de Vanessa Goveia, é responsável pelo GIFF, que chega à sua segunda edição na capital. O evento acontece entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, com a exibição de 43 filmes regionais, nacionais e internacionais, no Cine Lume Ritz, localizado no Centro de Goiânia. O festival já foi contemplado por editais disponibilizados pela Secult Goiás e com a verba, abriu portas para as novas produções.
“Nos inspiramos em um formato de festival que teve início em 1932 na cidade de Veneza, que coincidentemente, foi o primeiro festival de cinema do mundo e que hoje é um dos mais importantes, ao lado do festival de Cannes. É uma chance de mostrarmos que além de existir produção cinematográfica em Goiás, há também a chance de troca de experiência com cineastas do mundo inteiro”, destaca Cássio Domingos.
O idealizador do GIFF conta que está animado para os próximos anos, já que o festival deve receber as novas produções goianas, que serão contempladas pelos incentivos governamentais. Ele informa que essa será uma possibilidade de exibir os filmes e debatê-los com a população da capital, do Brasil e do mundo.
“O cinema ainda é muito elitista”, opina a cineasta Vanessa Goveia
Para a curadora, cineasta e idealizadora do GIFF, Vanessa Goveia, o cinema ainda é elitista. “Se você conversa com a população goiana sobre cinema, as referências, na maioria das vezes, são filmes comerciais norte-americanos ou filmes produzidos no eixo Rio-São Paulo. Ou seja, o acesso a produção de filmes fora deste eixo ainda é difícil e muito caro”, pontua.
Ainda que “elitista”, na opinião da cineasta, a chegada dos novos editais mais descentralizados e com o aumento das faculdades de cinema, a produção de filmes aumentou, assim como a qualidade.
Segundo Vanessa, as mostras e festivais são ótimas formas de democratizar a sétima arte. Os eventos oferecem a oportunidade de discutir todas as temáticas por meio dos filmes, além de proporcionar o conhecimento sobre o processo de construção de histórias que podem ser vistas em uma tela de cinema.
“As mostras e festivais de cinema são capazes de oferecer ao público regional uma nova experiência cultural, além da troca de informações. Talvez possamos até trazer o interesse dessas pessoas para a formação de profissionais na área do audiovisual, que mais do que nunca, precisa de ideias inovadoras e mentes criativas”, completa a curadora.
“A tendência é crescer cada vez mais”, prevê a crítica de cinema Déborah Tomaselli
A crítica de cinema goiana, Déborah Tomaselli, acredita que o audiovisual está ganhando cada vez mais espaço no estado. Ela observa a retomada cultural pós-pandemia como favorável para o crescimento da área em Goiás. “Fico feliz e muito otimista com o cenário atual do cinema goiano”, comemora.
Déborah Tomaselli informa que o público goianiense pode aguardar por muitas produções de alta qualidade para os próximos anos, principalmente com os filmes exibidos em eventos. “As mostras e festivais oferecem muitas oportunidades aos cineastas, dando abertura para as produções goianas e goianienses, como o GIFF, por exemplo”, completa a crítica.