Maus-tratos

Psicólogo é preso no DF suspeito de torturar e matar ao menos 16 gatos durante “experimentos”

Ele adotava gatos tigrados e os usava em "experimentos".

Imagem de um gato com a prata enfaixada
Psicólogo suspeito de torturar e matar ao menos 16 gatos é preso no DF (Foto: Divulgação/DRCA)

Um homem de 30 anos foi preso na noite de terça-feira (25/3) suspeito de torturar e matar pelo menos 16 gatos, no Distrito Federal (DF). Identificado como Pablo Stuart Fernandes Carvalho, ele adotava gatos e os usava em “experimentos”.

Conforme a Polícia, o homem atuava como psicólogo, mas teria cancelado a inscrição no Conselho Regional de Psicologia (CRP-DF) em 2023. No currículo, ele dizia que “seu principal tema de interesse é em análise experimental do comportamento”.

A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA) apurou que o homem pedia a protetores de animais para adotar gatos que tivessem a pelagem cinza e rajada. Após um mês da doação, ele afirmava que os bichos haviam sumido e pedia por outro felino. Pablo começou a adotar gatos em setembro de 2024, todos da mesma pelagem.

“Ao menos cinco protetoras nos procuraram nos últimos dias para contar a mesma história de que ele adotou gatos tigrados e cinza”, afirma uma doadora que preferiu se manter anônima. Pablo usava um discurso emotivo para convencer as cuidadoras, mas em todos os casos ele precisou responder um questionário de 16 perguntas, sobre dados pessoais e motivos de querer adotar um animal.

“Além disso, pedimos vídeos e fotos da residência e fazemos acompanhamento pós-adoção. Ele era muito convincente em todas as questões”, diz a protetora. Um dos felinos que estavam com o suspeito apresentava fratura em uma pata. O filhote foi resgatado e se recupera de uma cirurgia, e depois será encaminhado para a adoção.

O psicólogo estava na casa da mãe quando os policiais chegaram e o prenderam. Ele não reagiu à prisão. Agora, o homem responderá por torturar e matar gatos no DF. O advogado do suspeito, Carlos Silva, negou a acusações e afirmou que os gatos fugiram mês passado em um momento de surto do rapaz. Ele destacou que o cliente encontra-se abalado e colhe prejuízos emocionais e financeiros com as denúncias. Além disso, a defesa disse que o síndico do condomínio que Pablo mora poderia confirmar que os gatos não sofreram qualquer tipo de violência.

“Infelizmente, pessoas estão se aproveitando do episódio para lançar acusações absolutamente falsas e infundadas sobre um fato que nunca ocorreu. Além disso, de acordo com os depoimentos, é rigorosamente falsa a afirmação que ‘cadáveres de gatos’ teriam sido encontrados, próximo do residencial. Inclusive, a defesa pede que a PCDF examine todos os materiais coletados para comprovar que Pablo não tem relação com nenhuma atitude de maus-tratos. A defesa informa, ainda, que o cancelamento de registro de psicólogo de Pablo se deu de forma voluntária, pois, à época, atuava como consultor de RH em uma empresa e não tinha necessidade de realizar atendimentos clínicos e profissionais.“

*Com informações do portal Metrópoles e G1