SEM PERIGO

Quarteto isolado desde fevereiro descobre agora o que é Covid-19

“Tem sido muito estranho. Estou feliz com toda a volta de boa comida, mas eu não abracei ninguém", disse um dos pesquisadores

(Foto: DLNR)

Quatro pesquisadores que, em fevereiro deste ano, viajaram para Kure, um atol remoto no Oceano Pacífico a mais de dois mil quilômetros de Honolulu, Havaí, descobriram somente agora sobre o Covid-19. Durante oito meses o quarteto não teve acesso à TV e serviço de celular. Além disso, o sinal de internet era limitado.

Com quase dez quilômetros de extensão, o atol fica na orla das ilhas desabitadas no noroeste do Havaí. O local é um santuário de vida selvagem, lar de de aves marinhas e animais ameaçados de extinção. Na região, não reside nenhum humano.

Segundo a CNN, anualmente duas equipes são enviadas ao local para conduzir pesquisas no ecossistema. Os pesquisadores são responsáveis por manter o santuário da vida selvagem, cuidar das espécies ameaçadas e remover uma planta invasora que está causando estragos na ilha.

Matthew Saunter, 35 anos, o líder do acampamento, disse que os pesquisadores voluntários são atraídos justamente pelo isolamento completo. “É como um pontinho no meio do oceano”, conta.

Quarteto isolado desde fevereiro descobre agora o que é Covid-19
(Foto: Matt Saunter/Hawaii Department of Land and Natural Resources via AP)

O único acesso do grupo ao mundo exterior se dava por um email compartilhado, com o qual amigos e familiares podiam contatá-los. Com os emails que receberam, o quarteto soube superficialmente o que estava acontecendo no restante do mundo.

Contudo, ouvir sobre uma pandemia é diferente de vivê-la. Assim, eles não tinham ideia do que os esperava.

Distanciamento atrapalhou o retorno

Um dos voluntários, Matthew Butschek, já está com a família no Texas, o primeiro estado norte-americano que atingiu a marca de um milhão de casos de coronavírus.

“Sinto que ainda estou aprendendo os detalhes de tudo. Felizmente, ninguém que eu conheço, nenhum dos meus amigos, foi diagnosticado com Covid-19“, disse Butschek.

Naomi Worcester, a única mulher do grupo, disse que o distanciamento social mudou os planos do retorno do grupo. “Tem sido muito estranho. Acabou aquilo de ter as pessoas esperando no aeroporto. Estou feliz com toda a volta de boa comida, mas eu não abracei ninguém” lamenta.

https://www.emaisgoias.com.br/ilha-mais-isolada-do-mundo-se-fecha-ainda-mais-para-evitar-o-novo-coronavirus/

*Com informações da CNN