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Quatro mulheres são presas em falso call center na zona oeste de SP

Elas se passavam por central de banco para arrancar dinheiro dos clientes

Quatro mulheres, com idades entre 18 e 19 anos, foram presas na tarde desta quarta-feira (15) suspeitas de trabalhar em um call center ilegal, com o qual golpes eram aplicados em idosos. A central clandestina ficava na região de Perus, na zona oeste da capital paulista - Divulgação/Deic

Quatro mulheres, com idades entre 18 e 19 anos, foram presas na tarde desta quarta-feira (15) por suspeita de trabalhar em um call center ilegal, com o qual golpes eram aplicados em idosos. A central clandestina ficava na região de Perus, na zona oeste da capital paulista.

A defesa das mulheres não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. Elas foram indiciadas em flagrante por estelionato e associação criminosa.

Na sexta-feira (10), dois irmãos suspeitos de desviar ao menos R$ 13 milhões, fazendo golpes por meio do Pix, também foram presos pela polícia.

Falso call center mirava idosos

O delegado Jacques Ejzenbaum, titular da 4ª Delegacia do Patrimônio do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) explicou ao Agora, na manhã desta quarta-feira (15), que as suspeitas realizavam ligações somente para aparelhos fixos, geralmente instalados na casa de pessoas idosas.

A polícia também apreendeu computadores usados para realizar os golpes, nesta terça-feira (14), na zona oeste da capital paulista - Divulgação/Deic
A polícia também apreendeu computadores usados para realizar os golpes, nesta terça-feira (14), na zona oeste da capital paulista – Divulgação/Deic

“Os criminosos ligavam para a vítima, se passando por funcionários de call center de agências bancárias. Pelo fato de fazerem ligações para telefones fixos, a quadrilha conseguia mantar a linha aberta, mesmo após as vítimas desligarem para ligarem para um 0800 indicado pelo bando”, acrescentou o policial.

Assim que as vítimas ligavam para o 0800 indicado, prosseguiu o delegado titular, a quadrilha acionava uma gravação semelhante à usada pelo banco da vítima, convencendo-a a entregar cartões de crédito e débito para um motoboy, juntamente com as senhas.

“Eles escolherem o perfil de vítima idosa, justamente pela fragilidade dessas pessoas”, argumentou ainda Ejzenbaum.

A polícia chegou até a central criminosa, na zona oeste, após investigar a rotina das suspeitas. Não foram dados mais detalhes para não prejudicar o andamento das apurações, que agora visam a identificação de de mais membros eventualmente envolvidos no esquema criminoso.

Policiais do Deic ficaram de campana em frente ao imóvel onde funcionava o call center, quando três das suspeitas saíram, sendo abordadas em seguida.

De acordo com a 4ª Delegacia, as suspeitas admitiram realizar os golpes, da mesma forma que uma quarta mulher, abordada e presa dentro da central de ligações clandestina. Elas ganhavam 10% dos valores desviados das vítimas, acrescentou a polícia.

O Deic ainda apura o total de vítimas e de dinheiro subtraído pelo bando.

Quando policiais entraram no local, puderam identificar, nos computadores usados pelas suspeitas, três vítimas que caíram no golpe naquele dia. Uma delas, de 77 anos, havia perdido R$ 1.900 para o bando.

As presas, sendo três com 18 e uma com 19 anos, acrescentaram, segundo a polícia, que aproveitavam também a pandemia da Covid-19 para justificar as abordagens telefônicas às vítimas.

Foram apreendidos quatro computadores, usados no esquema.

Dicas de segurança

O delegado Jacques Ejzenbaum, titular da 4ª Delegacia do Patrimônio do Deic orienta para que, caso a pessoa receba uma ligação no telefone fixo, de um suposto funcionário de agência bancária, deve ligar para o banco usando o celular em seguida.

Caso for confirmado que a instituição bancária não procurou a vítima, ela deve informar à polícia sobre o golpe.

Caso a pessoa constatar que caiu em um golpe, deve ligar imediatamente para a gerência de sua agência, além de registrar um boletim de ocorrência, para que a polícia identifique os criminosos.