Real destoa do mercado externo, e dólar sobe para R$ 5,38
Bolsa cai 1,62% e anula ganhos da semana passada
Num dia de tensões no mercado interno, o real destoou do cenário internacional e perdeu valor perante o dólar, que se aproximou de R$ 5,40. A Bolsa de Valores (B3) recuou pelo terceiro dia consecutivo e anulou os ganhos da semana passada.
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (26) vendido a R$ 5,382, com alta de R$ 0,065 (+1,22%). A cotação chegou a abrir em queda, caindo para R$ 5,29 na primeira hora de negociação, mas inverteu o movimento e passou a subir, até fechar na máxima do dia.
A moeda norte-americana está no maior nível desde 30 de setembro, último dia útil antes do primeiro turno das eleições presidenciais. Com o desempenho de hoje, o dólar acumula queda de apenas 0,22% em outubro. Apenas nesta semana, a divisa subiu 4,52%.
Instabilidade
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.764 pontos, com queda de 1,62%. O indicador operou em baixa durante toda a sessão, puxado por ações de empresas estatais, de varejistas e de bancos. A bolsa acumula perda de quase 6% na semana.
As tensões associadas à campanha eleitoral voltaram a dominar o mercado, que se descolou do exterior. O dólar caiu perante as principais moedas, por causa das expectativas de que a economia norte-americana finalmente tenha começado a desacelerar. Isso reduz as pressões para que o Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, eleve os juros acima do previsto.
Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. Aumentos abaixo do previsto ajudam a manter os recursos estrangeiros, diminuindo a pressão sobre a bolsa e o câmbio. No entanto, o mercado financeiro brasileiro tradicionalmente enfrenta volatilidade nos dias anteriores às eleições.
Os investidores brasileiros também estavam sob a expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano. No maior nível desde 2017, a Selic tem ajudado a segurar a fuga de capitais estrangeiros.