SETOR JAÓ

Reconstituição de mortes em suposto confronto é feita, mas PMs envolvidos não participam

Para fazer a reconstituição, os próprios policiais civis fizeram a simulação a partir do vídeo captado pelo celular de uma das vítimas.

A Polícia Técnico-Científica realizou na manhã desta sexta-feira (7/6) a reconstituição do falso confronto com policiais do Comando de Operações da Divisas (COD) terminou na morte de duas pessoas, no Setor Jaó, em Goiânia. Os policiais militares estiveram no local, mas não participaram após decisão judicial.

O juíz Antônio Fernandes de Oliveira considerou que fica a critério da defesa dos policiais militares o comparecimento na reconstituição do crime, “em respeito aos princípios da vedação à autoincriminação (nemo tenetur se detegere) e da presunção de inocência”.

Para fazer a reconstituição, os próprios policiais civis fizeram a simulação a partir do vídeo captado pelo celular de uma das vítimas.

Os seis policiais militares do COD, presos em abril como suspeitos de forjarem confronto foram soltos do presídio militar, no domingo (2). Na ocasião, o Ministério Público se manifestou dizendo que a soltura fora realizada antes do prazo.

Vídeo mostrou execução feita por policiais militares de Goiás

Quatro policiais militares (PMs) do COD foram presos em 6 de abril como suspeitos de forjarem um confronto em ocorrência registrada no Setor Jaó, em Goiânia, no início da semana. Na ocasião, os agentes afirmaram que a morte de suspeitos foi uma reação ao serem atacados com tiros, mas um vídeo, gravado pelo celular de um dos mortos, mostrou que a ação se tratou de uma execução, visto que as vítimas estavam desarmadas.

Segundo a ocorrência registrada pela PM, Júnior José Aquino Leite, de 40 anos, e Marines Pereira Gonçalves, de 42 anos, que morreram na ação do COD, foram denunciados por um foragido da Justiça. De acordo com a denúncia, a dupla o havia procurado em uma chácara em Petrolina, na região metropolitana de Goiânia.

Ao não encontrá-lo, Júnior e Marines foram até a casa do foragido da justiça, em Trindade, invadiram o imóvel e furtaram diversos aparelhos. A ocorrência diz ainda que o denunciante afirmou que os dois estariam se passando por policiais civis e extorquindo pessoas com antecedentes criminais na zona rural de cidades próximas à capital.