Recontagens de votos em Wisconsin reafirmam vitória de Joe Biden nos EUA
Trump diz que é difícil levar suas queixas à Suprema Corte, mas acrescenta que continuará insistindo
Os dois maiores condados de Wisconsin concluíram recontagens solicitadas pela campanha de Donald Trump, com os resultados aumentando ligeiramente a margem de vitória de Joe Biden e reafirmando a sua vitória na eleição presidencial americana realizada no começo do mês.
O condado de Dane terminou a recontagem e certificou seus resultados eleitorais no domingo, e o condado de Milwaukee o fez na sexta-feira. A Comissão Eleitoral de Wisconsin deve se reunir na terça-feira.
A conclusão da recontagem adiciona mais uma derrota à tentativa da campanha de Trump de reverter a vitória de Biden. A equipe do presidente sofreu uma série de derrotas em tribunais em vários estados importantes, incluindo Pensilvânia e Michigan.
Como Trump continuava a difundir alegações infundadas de fraude eleitoral em Wisconsin e em todo o país, sua campanha solicitou recontagens em dois condados fortemente democratas. Apesar disso, as recontagens tiveram pouco efeito nos resultados finais.
No condado de Milwaukee, a chapa de Biden recebeu 317.527 votos, e a de Trump, 134.482, de acordo com os resultados do condado. Ambos os totais aumentaram ligeiramente em comparação com a contagem anterior, e Biden ganhou 132 votos a mais.
O condado de Dane, que inclui a cidade de Madison e o campus principal da Universidade de Wisconsin, contabilizou que 260.094 votos foram dados a Biden, enquanto 78.754 foram dados a Trump. Em comparação com os resultados iniciais, a contagem final incluiu 91 votos a menos para Biden e 46 a menos para Trump — um ganho líquido de 45 para Trump.
A Comissão Eleitoral de Wisconsin estimou que uma recontagem em todo o estado custaria US $ 7,9 milhões. O condado de Milwaukee estimou que sua recontagem custaria cerca de US$ 2 milhões e o condado de Dane estimou em cerca de US$ 740.808. De acordo com a lei estadual, espera-se que a equipe de Trump pague a conta, porque a margem entre os candidatos ultrapassou 0,25%.
Antes que os totais de recontagem fossem anunciados, Trump indicou que continuaria lutando pelos resultados.
“A recontagem de Wisconsin não é para descobrir erros na contagem, é para descobrir pessoas que votaram ilegalmente, e uma ação será aberta depois que a recontagem terminar, na segunda ou terça-feira”, ele escreveu no sábado no Twitter. “Encontramos muitos votos ilegais. Fique ligado!”.
Os condados de Milwaukee e Dane transmitiram ao vivo suas recontagens. Trump insistiu que seus observadores de campanha não puderam assistir a contagem de votos, uma afirmação que foi contestada.
Neste domingo (29), Trump disse que pode ser difícil levar as alegações de fraude eleitoral à Suprema Corte dos Estados Unidos e expressou dúvida sobre sua estratégia legal que ele espera possa reverter o resultado do pleito de 3 de novembro.
— O problema é que é difícil levar à Suprema Corte — disse Trump, em entrevista por telefone com a Fox News.
Mesmo assim, Trump afirmou que continuará a lutar pelos resultados da eleição, vencida pelo presidente democrata Joe Biden.
— Não vou mudar de ideia em seis meses — acrescentou.
Também neste domingo, alguns republicanos afirmaram que a transição para a Presidência de Joe Biden parece inevitável. O senador republicano Roy Blunt, presidente do comitê inaugural do Congresso, disse esperar que Biden ome posse como presidente em 20 de janeiro.
— Estamos trabalhando com o governo Biden, o provável governo tanto na transição quanto na posse — disse Blunt, do Missouri, no programa “Estado da União” da CNN, embora não tenha chegado a reconhecer que Trump perdeu a eleição de 3 de novembro.
A governadora Asa Hutchinson, do Arkansas, é uma das poucas pessoas no Partido Republicano a se referir a Biden como o presidente eleito.
— A transição é o que é importante. As palavras do presidente Trump não são tão significativas — disse Hutchinson ao “Fox News Sunday”, acrescentando que entendia os motivos legais para Trump não estar reconhecendo a sua derrota.