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Regina Duarte terá que se retratar com Lula por fake news sobre dona Marisa

Atriz também está sendo processada por apologia da tortura pela filha do diplomata José Jobim

Regina Duarte, em foto tirada na época em que era secretária de Bolsonaro Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou a atriz e ex-secretária da Cultura Regina Duarte a publicar em seu Instagram uma nota de retratação por ter compartilhado que foram encontrados R$ 256 milhões nas contas da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva.

Os dados foram desmentidos -o saldo, na verdade, era de R$ 26 mil. A diferença de valores surgiu depois que um juiz confundiu a quantia que Marisa tinha aplicados em CDBs com debêntures de outra natureza. Ele questionou a defesa e, antes mesmo do esclarecimento, as redes bolsonaristas passaram a divulgar o valor errado.

Na sentença, o juiz Manuel Eduardo Pedroso Barros afirma que Regina Duarte disseminou fake news a respeito do patrimônio de Marisa Letícia após ter sido “induzida a erro justificável”.

Ele pondera, no entanto, que as postagens da atriz são acessíveis às mais diversas pessoas considerando que “a ré é artista pública, conhecida nacional e internacionalmente, e, à época dos fatos, ainda exercia relevante função na Secretaria de Cultura”.

“A publicação de sentença reconhecendo que a informação anterior foi um erro é forma de minorar a repercussão negativa outrora impingida à família do ex-presidente Lula”, segue o juiz, que negou o pedido de indenização por danos morais.

A família de Lula também processa o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por postagem com dados errados sobre o patrimônio de Marisa Letícia.

Regina Duarte é processada por apologia à tortura

Regina Duarte, ex-secretária da Cultura, está sendo processada por apologia da tortura pela filha do diplomata, editor e jornalista José Jobim, que foi torturado e morto pelas forças do governo militar, em 1979.

A jornalista e advogada Lygia Jobim conta ter ficado “absolutamente estarrecida” ao assistir uma entrevista da ex secretária.

“É uma naturalização da tortura, um deboche com nossos mortos”, disse Lygia, que hoje tem os mesmos 69 anos que seu pai ao ser morto. “Fiquei dois dias com isso entalado na garganta. E então resolvi procurar a Justiça. Regina Duarte me ofendeu. Fez pouco de algo que me afetou profundamente, que foi não poder me despedir de meu pai porque ele foi enterrado em caixão fechado devido às marcas da tortura.” Leia na íntegra!