Rejeitada como companheira de cela por delegada, Monique Medeiros é transferida
O Instituto Penal Santo Expedito, localizado no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio,…
O Instituto Penal Santo Expedito, localizado no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, foi alvo de uma confusão, nesta quinta-feira, envolvendo a delegada Adriana Belém, presa por suspeita de envolvimento com a quadrilha do contraventor Rogério de Andrade, e a professora Monique Medeiros, suspeita de participar da morte do filho, o menino Henry Borel, de 4 anos. A delegada teria sido surpreendida, ao sair do banheiro, pela presença de Monique na mesma cela onde está à disposição da Justiça. Alegando que o local era destinado para custodiar mulheres policiais, Adriana pediu aos gritos, que a detenta fosse transferida para outro xadrez.
Após a confusão, Monique foi transferida para outra cela da unidade. A mãe de Henry teve revogado o benefício da prisão domiciliar que usufruía, no dia 28 de junho, na terça-feira. Assim que houve a determinação da Justiça, a professora foi levada inicialmente para a 16ªDP (Barra da Tijuca), onde passou uma noite. Em seguida, foi para na Cadeia Pública de Benfica, onde aguardou por uma destinação. Ela seria levada para uma cela do Batalhão Especial Prisional (BEP). No entanto, o desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto foi informado das restrições de encarceramento feminino na unidade, como por exemplo a impossibilidade de banho de sol.
Em um despacho, datado do dia 29 de junho, o desembargador escreveu que, para assegurar os princípios que regem o respeito e a dignidade do preso, determinou que Monique fosse encaminhada ao Instituto Santo Expedito, na parte destinada à prisão especial. A mesma unidade também já abrigava a delegada Adriana Belém. A ordem judicial não mencionava que Belém e Monique teriam de ficar presas juntas. A Seap, no entanto, acabou colocando a professora no mesmo xadrez que a delegada.
Durante a confusão, Belém teria mencionado que a cela foi improvisada e reformada para a custodiar uma delegada porque no Rio de Janeiro não existe cadeia para receber mulheres policiais, ao contrário de homens que possuem prisão própria. A delegada argumentou que a cela em que ela se encontra é “classificada como de estado maior, a qual só faz jus a profissionais de segurança pública” e, por isso, não poderia ficar com outros presos que não são agentes.
Procurada, a defesa de Monique Medeiros não quis comentar o assunto. O Globo ainda não conseguiu contato com a defesa de Adriana Belém. Procurada, a Seap informou que Monique foi apenas colocada temporariamente na mesma cela que Adriana Belém e em seguida levada para outra xadrez. A seguir, a nota enviada pela Seap. “A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) informa que, por conta da decisão judicial que determina o retorno de Monique Medeiros para a unidade prisional da SEAP, a mesma foi colocada, temporariamente, na mesma cela da delegada Adriana Belém para a realização de triagem. Após alguns minutos, Monique Medeiros foi realocada em outra cela.”