Relatório da PF sobre tentativa de golpe será enviado ao STF com novas provas

A Polícia Federal (PF) deve encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF), em janeiro, um relatório complementar com novos elementos sobre a tentativa de golpe de Estado que ameaçou a estabilidade democrática do Brasil.

O documento revelou provas e acusações obtidas após operações recentes, incluindo depoimentos de membros da tropa de elite do Exército, conhecidos como “kids pretos”, e novas declarações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que colabora com a investigação por meio de um acordo de delação premiada. A informação foi confirmada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, em entrevista à CNN.

Entre as operações mais importantes, destaca-se a busca realizada contra o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e seu assessor, o coronel Flavio Peregrino. A PF também investiga movimentações financeiras suspeitas, como o suposto repasse de valores em espécie em uma sacola de vinho, que teria sido entregue por Braga Netto para financiar as ações do grupo.

A tentativa de golpe, articulada por militares, ex-integrantes do governo e apoiadores radicais, tinha como objetivo anular os resultados das eleições presidenciais e impedir a posse do presidente eleito, com o objetivo de instaurar um regime autoritário no Brasil.

A PF inclui figuras centrais nesse plano, incluindo Braga Netto e Cid. Além disso, a investigação revelou o envolvimento de diversas operações de busca e apreensão, rastreamento de movimentações financeiras e depoimentos de militares. A Procuradoria-Geral da República (PGR) deverá apresentar uma denúncia formal até março de 2025, e o julgamento do caso poderá ser finalizado ao longo de 2025.