Reveladas novas denúncias de três mulheres contra Gabriel Monteiro
Fantástico mostrou vítimas que acusam o vereador e youtuber de estupro e de uso de arma para fazer ameaças
Após a Polícia Civil abrir investigação contra o youtuber, ex-PM e vereador do Rio Gabriel Monteiro (sem partido) para apurar denúncias de assédio e importunação sexual, o Fantástico, da TV Globo, revelou no último domingo novas denúncias de estupro de três mulheres contra ele. Desde que as primeiras acusações vieram à tona, há uma semana, dez marcas deixaram de patrocinar o parlamentar, que também teve fuzis usados pela sua escolta recolhidos.
A reportagem mostrou o relato de uma das vítimas:
— Tava me machucando. Tava sangrando. Ele não parava — disse uma delas, acusando o vereador.
Os motivos de essas denúncias terem ficado apenas na memória das vítimas até agora são os mesmos de sempre, a vergonha e o medo.
Um dos casos pelos quais Gabriel Monteiro está sendo acusado aconteceu antes mesmo de ele ser eleito vereador, em 2020, quando ele era policial militar.
Ele teria chamado a vítima, uma jovem de 16 anos, para uma festa, que não existia. Já na casa dele, ela teria visto Gabriel espancar uma mulher, que tinha caído na mesma mentira.
— Ele veio em cima dela, deu um tapa na cara dela, agarrou pelo pescoço e mandou ela calar a boca — e completou: — Ele simplesmente pegou a arma que tinha na cintura e botou na cabeça dela.
Quando a jovem agredida falou que iria denunciá-lo, o vereador teria retrucado:
— Você acha mesmo que o Estado vai acreditar em você, uma menina de 16 anos que veio para cá porque quis?
Gabriel Monteiro respondeu, em nota, dizendo que se trata de “uma acusação frágil, sem datas, nomes, documentos ou qualquer outro indício de materialidade”, e nega “categoricamente ter cometido qualquer crime desta e de qualquer outra natureza”.
Uma terceira vítima ouvida pelo Fantástico relata ter sofrido abuso em 2017, enquanto Gabriel Monteiro ainda era da Polícia Militar. A relação, até então consensual, virou abusiva quando ele começou a dar tapas, socos e filmar a vítima.
— A gente sempre frequentou as mesmas festas na adolescência. E decidimos ficar. Logo depois, nós dois decidimos ir pro carro dele que estava do lado da casa de festas. Estacionado. E começamos o ato sexual, até então consentido, porém, até um certo momento em que ele começou a me dar tapas, socos, a me filmar com o telefone. O tempo inteiro eu empurrava o celular, mas ele, mesmo assim, me filmava, tentava filmar minhas partes e meu rosto. Eu comecei a gritar muito e ele pegou a arma e colocou a arma no freio de mão. Próximo ao freio de mão. E eu comecei a me debater, me debatia. Só que ele conseguiu fazer a penetração, tudo, sem camisinha. E, um certo momento, ele colocou a arma na minha cabeça mandando eu ficar quieta — relata a vítima ao Fantástico.
Agora, segundo a reportagem, a família decidiu levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio. Hoje, os integrantes do conselho vão se reunir com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, e com os promotores que abriram investigações contra Gabriel Monteiro . Além das denúncias de assédio, Gabriel Monteiro também é acusado de manipular os vídeos . O Ministério Público do Rio vai investigar também se o vereador usou funcionários públicos para fins privados.
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