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Rodrigo Maia reafirma caráter racista do crime que vitimou homem negro em Porto Alegre

Depois do vice presidente Hamilton Mourão (PRTB) dizer que não considera o assassinato de João…

Depois do vice presidente Hamilton Mourão (PRTB) dizer que não considera o assassinato de João Alberto Silveira Freitas em um supermercado em Porto Alegre um ato de racismo, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), reafirmou o caráter racista do crime e enviou seus sentimentos à família e amigos da vítima. O crime na véspera do Dia da Consciência Negra.

“Em nome da Câmara dos Deputados, envio meus sentimentos à família e aos amigos do João Alberto Silveira Freitas. A cultura do ódio e do racismo deve ser combatida na origem, e todo peso da lei deve ser usado para punir quem promove o ódio e o racismo”, publicou no Twitter.

Caso

Segundo informações da Folha de S.Paulo, João Alberto teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzido por um segurança da loja até o estacionamento, no andar inferior. No local, ele foi espancado por um segurança e um Policial Militar (PM) temporário, que acompanhou o deslocamento da vítima.

De acordo com uma funcionária do supermercado Carrefour, Freitas teria dado um soco no PM. “A partir disso começou o tumulto, e os dois agrediram ele na tentativa de contê-lo. Eles (o PM e o segurança) chegaram a subir em cima do corpo dele, colocaram perna no pescoço ou no tórax”, informou o delegado plantonista Leandro Bodoia ao veículo de comunicação.

Mourão

O vice-presidente Hamilton Mourão, ao comentar o caso, disse que a morte de João, homem negro de 40 anos, foi “lamentável”. Contudo, ele não considerou que houve racismo no crime.

“Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil, não existe aqui”, disse e completou: “Eu digo para você com toda tranquilidade: não tem racismo. Eu digo isso para vocês porque eu morei nos Estados Unidos. Racismo tem lá. Eu morei dois anos nos Estados Unidos. Na minha escola, que eu morei lá, o pessoal de cor, ele andava separado. Eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil. Saí do Brasil, fui morar lá, adolescente, e fiquei impressionado. Isso no final da década de 1960. Mais ainda: o pessoal de cor sentava atrás no ônibus, não sentava na frente. Então, isso é racismo. Aqui não existe isso.”

Segundo o vice-presidente, o que existe no País é desigualdade social. “Aqui o que você pode pegar e dizer é o seguinte: existe desigualdade. Isso é uma coisa que existe no nosso país. Nós temos uma brutal desigualdade aqui, fruto de uma série de problemas, e grande parte das pessoas, vamos colocar assim, de nível mais pobre, que tem menos acesso aos bens e às necessidade da sociedade moderna, são gente de cor.”