Os casos cada vez mais frequentes de roubos a fazendas na região de Aragoiânia tem deixado os donos de propriedades cada vez mais preocupados. Nos últimos meses, há relatos de que uma média de um roubo por semana tem ocorrido nas imediações.
Natália Roberta Andrade é filha de um fazendeiro da região. Ela relata que dois roubos no último mês na propriedade, Fonte do Morumbi, causaram prejuízos de cerca de R$ 50 mil.
“Um mês atrás entraram com um caminhão sem que ninguém visse. Roubaram 11 vacas escolhidas a dedo. Eram as melhores”, conta. Após o incidente, foi prestada queixa na delegacia local, mas até o momento ninguém foi preso e não se conhece o destino dos animais.
Na madrugada desta quarta-feira (13/4), aconteceu novamente. Dessa vez, os criminosos abateram o gado ainda na fazenda. Levaram o que podiam e deixaram as carcaças para trás. “Até o momento nós contamos dois animais. Mas da outra vez o primeiro levantamento foi de cinco, e acabou sendo 11. Então ainda não temos certeza”, afirma Natália.
Mais uma vez, foi prestada queixa em Aragoiânia, mas Natália não tem muitas esperanças de uma solução. “Da última vez nós ficamos atrás de câmeras de vigilância, ver se alguma coisa foi captada nos comércios. Mas a polícia em si, nada”, lamenta.
Natália teme que a situação piore. Segundo ela, roubos na região estão cada vez mais frequentes, e muitas vezes culminam em casos de agressão. “Na nossa fazenda nunca aconteceu nada aos caseiros, mas já soubemos de casos em que pessoas foram amarradas e até torturadas”, diz.
Apurações
O delegado Arthur Curado Fleury, da comarca de Guapó, afirma que os trabalhos de investigação ainda estão em fase preliminar e por enquanto não há suspeitos. “Nós realizamos a perícia e estamos apurando”, diz.
Fleury destaca que nos últimos cinco meses cerca de dez pessoas, de pelo menos dois grupos criminosos diferentes, foram presas. “Nesta semana estamos encerrando o indiciamento de outras cinco pessoas”, pontua.
Segundo ele, o trabalho investigativo é limitado pelo fato de que a comarca de Guapó é responsável por quatro cidades da região. Além disso, a delegacia dispõe de apenas três agentes para dar conta da demanda.
Justamente pelas dificuldades, a delegacia prioriza as investigações de casos que envolvam violência. “Casos como esses, de matar a vaca, descarnar e levar embora são pequenos furtos e mais difíceis de serem resolvidos”, declara.