Polícia

Saiba quem é o brasileiro indicado para chefiar a Interpol

Pela primeira vez, em cem anos de história, organização será liderada por uma pessoa de um país em desenvolvimento; nomeação deve ser confirmada em novembro

O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza foi indicado como próximo Secretário-Geral da Interpol. — Foto: Divulgação/Polícia Federal

O delegado da Polícia Federal (PF) Valdecy Urquiza foi indicado nesta terça-feira, em eleição realizada pelo Comitê Executivo da Interpol, em Lyon, na França, como próximo Secretário-Geral da entidade. É a primeira vez, em 100 anos de história, que a organização será comandada por um nacional de um país em desenvolvimento.

Em nota, o governo brasileiro confirma que indicação para um mandato de cinco anos, que passa a valer a partir de 2025, deve ser ratificada em novembro pela Assembleia Geral da Interpol. Atualmente, Urquiza exerce o cargo de Diretor de Cooperação Internacional da PF.

O texto ainda ressalta que a indicação representa o reconhecimento da comunidade internacional da competência da PF no combate ao crime. O secretariado geral é a principal função da instituição.

“Representa, ademais, o reconhecimento, pela comunidade internacional, do profissionalismo e da competência da Polícia Federal brasileira no enfrentamento à criminalidade, bem como de sua relevante contribuição ao trabalho da Interpol”, informou a corporação por meio de um documento assinado em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores.

Em 2021, o delegado foi eleito para o cargo de vice-presidente da Interpol, cargo que exerce até hoje. Antes, ele atuou como Diretor-Adjunto para Comunidades Vulneráveis da organização, onde implementou a estratégia global da organização nas áreas de combate ao tráfico humano, contrabando de migrantes e exploração sexual infantil.

Urquiza defendeu a sua candidatura durante uma entrevista, em fevereiro, quando afirmou que a Interpol deveria eleger um novo secretário-geral de uma nação em desenvolvimento, como forma de levantar a bandeira da diversidade e de ampliar sua penetração em um mundo cada vez mais polarizado.

— Entendemos que a diversidade trará mais credibilidade à organização, mais legitimidade ao trabalho que é feito. Por quê? A organização atua em atividades no combate a ameaças de todo o globo, então precisamos agregar à organização a expertise, prioridades e forma de combate, às prioridades de cada polícia de outras regiões do globo — disse à agência Reuters.